Luanda - Dino Matrosse acusou potências internacionais e antigos colonizadores de tentativas de ingerência enquanto discursava na reunião da Internacional Socialista

Fonte: DN

O secretário-geral do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Julião Mateus Paulo "Dino Matrosse", apontou hoje, na reunião da Internacional Socialista, tentativas de ingerência de potências internacionais e antigos colonizadores em países africanos.

 

"As grandes potências normalmente interferem muito na vida dos povos, eles querem ser os patrões do mundo, isso já desde há muito tempo. E sobretudo os antigos colonizadores, acham que ainda têm que interferir na vida dos povos independentes", criticou o dirigente angolano e um dos vice-presidentes da Internacional Socialista.

 

Aquela organização política internacional está reunida até sábado, em Luanda, com a organização do encontro, o segundo anual, a cargo do MPLA, partido no poder em Angola e que tem vindo a denunciar, na voz de vários dirigentes, tentativas de ingerência externa nos países africanos.

 

No caso de Angola, é apontada mesmo motivação externa em grupos de contestação ao Governo, inclusive o caso dos 17 ativistas que estão a ser julgados em Luanda por atos preparatórios para uma rebelião e um atentado contra o Presidente angolano.

 

"Nós, os países africanos, somos livres e queremos continuar com a nossa liberdade, respeitando a independência de cada um. Os países, as relações entre nós, têm que ser sempre cada vez mais fluidas e não deve haver impedimentos. Agora, não deve haver imposições", disse ainda o secretário-geral do MPLA, em declarações à Lusa, retomando as críticas e preocupações que transmitiu no discurso de abertura da reunião de Luanda.

 

De acordo com informação enviada do MPLA, a reunião da Internacional Socialista vai decorrer no "quadro da reafirmação dos seus compromissos, pela defesa da liberdade, da democracia, da paz, da igualdade e do progresso", com representantes de 160 partidos.

 

Nas intervenções da manhã, representantes socialistas da França, Angola, Mali, Síria ou da Palestina defenderam o aprofundamento do combate ao terrorismo, às ingerências externas, ou o fim de conflitos militares e o reforço do apoio humanitário aos refugiados.