Luanda - Juvenis Paulo, um novo analista próximo aos órgãos de comunicação do governo, e agora com competências de branquear a imagem do julgamento dos 17 presos políticos, mostrou-se disponível para denigrir Rafael Marques, nos termos de uma campanha de descredibilização que o regime move contra aquele jornalista angolano.

Fonte: Club-k.net

Tem a missão de fazer branqueamento do julgamento dos revús

Nesta terça-feira, o também jurista recebeu o convite da media estatal para fazer elogios da conduta dos serviços prisionais que neste dia impediram Rafael Marques de assistir a sessão pública do julgamento que decorreu neste dia, na qual foi ouvido o réu Luaty Beirão.

 

Juvenis Paulo tentou passar a mensagem de que para se assistir o julgamento deve-se ter  convites, e que apenas os familiares dos réus tem direito de assistir as sessões públicas.

 

Ao defender o comportamento das autoridades de impedirem a entrada de Rafael Marques, o jurista do regime, insinuou que o jornalista foi impedido de assistir à sessão de julgamento por nao ser  ter aparecido com um suposto cartão de um dos familiares que segundo alega não lhe pertence.

 

“Este comportamento de Rafael Marques demonstra total falta de respeito pelo ordenamento jurídico angolano e, inclusive, aos familiares dos arguidos a quem se entregou dignamente os cartões de ingresso às sessões de julgamento”, acrescentou.

 

As declarações de Juvenis Paulo entram em contradição com posições de dirigentes angolanos como Rui Mangueira e Luvulu de Carvalho que tem afirmado na imprensa estrangeira que o julgamento dos presos políticos é de livre acesso como acontece em qualquer parte do mundo onde as sessões dos tribunais são públicas.

 

Juvenis Paulo que entende que apenas os familiares dos réus podem assistir os julgamentos, não explicou que desde que iniciou o julgamento dos presos políticos, tem aparecido em todas sessões um grupo de alegados agentes dos serviços de segurança que os serviços prisionais alegam ser “estudantes de direito”.

 

Vários analistas tem se perguntado como é possível supostos “estudantes de direito” estarem todos os dias, desde manha até ao fecho no Tribunal. “Donde é que já se viu estudantes de direitos que nunca tem aulas e estão sempre no Tribunal”, questionou Carlos André, nas redes sociais.

 

Branqueamento da imagem do julgamento

 

No quadro de passar a mensagem de que se esta a realizar um julgamento exemplar, o jurista do regime referiu que a audiência mostrou a qualidade funcional do tribunais, particularmente a sessão de julgamento que está a decorrer.

 

No seu ponto de vista ficou provado que Luaty Beirão e outros arguidos nunca foram presos políticos, e estão a ser julgados com tamanha consideração, respeito dignidade, imparcialidade e justiça conforme estabelece o ordenamento jurídico.

 

Juvenis  levanta difamações contra Presidente da UNITA

 

Num momento em que o governo angolano desistiu de fazer ligações dos presos políticos a UNITA, o jurista Juvenis Paulo recuperou o discurso antigo do regime para fazer insinuações ao maior partido da oposição. Fez também afirmações caluniosas contra os jovens sobre o suposto crime de rebelião que até ao momento o Tribunal não conseguiu provar.

 

Para este jurista do regime, o líder da UNITA, Isaías Samakuva foi uma das pessoas que mais influenciou os presos políticos a praticarem actos de rebelião ou numa nova independência. Disser ser lamentável que Isaías Samakuva, faz-se totalmente distante e indiferente a este momento que no seu ver é difícil para os réus.

 

*Barbosa Mendes