Washington – Destacadas figuras da sociedade civil e política (oposta ao regime) em Angola identificam na nova embaixadora dos EUA, em Luanda, Helena Meagher La Lime uma conduta parcial espelhando supostas afinidades da mesma ao regime do Presidente José  Eduardo dos Santos (JES)

 Fonte: Club-k.net

De acordo com um levantamento, os reparos, em Angola, identificados na conduta desta diplomata, coabitam com outras observações constatadas por sectores nos EUA que vão desde organizações da sociedade civil até altos funcionários do Departamento do Estado e do Congresso norte americano.

 

Constatações que põem em causa a sua neutralidade:

 

--  As ONGs, dos Direitos Humanos,  nos EUA tem questionado a sua integridade baseada nos pareceres de uma reunião que se realizou recentemente em Washington a cerca da situação dos direitos humanos em Angola, com realce a sua visão (pouco neutra) sobre o caso dos 15+2.

 

-- Desde a recente viagem da embaixadora Helena La Lime a Washington, funcionários do departamento de Estado quando são questionados (pelas ONG dos direitos humanos) sobre o papel dos EUA na situação dos 15+2 em Angola, tem mostrado um outro discurso revelando duvidas sobre a real agenda dos presos políticos. Alega-se que a referida resposta é baseada no conteúdo de um vídeo manipulado (das palestras dos jovens) que as autoridades angolanas terão mostrado a embaixadora americana e por sua vez ela terá feito um relatório ao Departamento de Estado fazendo com que Washington mostrasse duvidas quanto a agenda dos presos políticos angolanos.

 

-- Há algumas semanas, o congresso norte americano solicitou um parecer ao Departamento de Estado informando que iria escrever ao Presidente José Eduardo dos Santos (JES) para que respeitasse os direitos dos presos políticos. A solicitação dos congressistas mereceu oposição do departamento de Estado. Em função disto, a carta que deveria ser subscrita por todos os membros da Comité das Relações Exteriores do Senado acabou sendo assinada apenas por um senador Louis Benjamin Cardin mais conhecido como Ben Cardin.

 

Activista em Washington prometer escrever a Obama 

 

No passado dia 18 de Novembro, a margem de um fórum sobre Angola realizado no “Wilson Center” em Washington na qual a embaixadora Helena Meagher La Lime e altos dirigentes angolanos estiveram presentes, um activista angolano radicado nos EUA, Jorge Seixas queixou-se da conduta dos diplomatas americanos, em Luanda e prometeu levar o assunto por escrito ao Presidente Barack Obama.

 

A margem do debate, Jorge Seixas teria colocado questões sobre o massacre que o governo angolano realizou contra a Igreja “Kalupeteka”, no Monte Sume, na província do Huambo.

 

Poucos dias depois Jorge Seixas recorreu as redes sociais, dizendo que “A Embaixada Americana em Angola não está a desempenhar um papel neutro na perplexidade Angolana ou no massacre de Monte Sumi ou "o caso Kalupeteka".”

 

“Durante o meu encontro com a Embaixadora Helena La Lime, a embaixadora dos EUA em Angola e na presença de George Chikoti (Ministro do MIREX), eu exigi saber se a Embaixada Americana em Angola executou uma investigação independente em relação ao massacre de Monte Sumi, tendo em conta que o governo Angolano apresentou diferentes números de mortos comparados aos denunciados pela oposição e por testemunhas presenciais”, escreveu Seixas.

 

De acordo com Jorge Seixas, “Ela (embaixadora) me prometeu que iria abordar a questão mais tarde no fórum, mas em vão. Em vez disso ela enviou o Sr. Ivan Vilela, Adido Politico da Embaixada Americana em Angola. O Sr. Ivan Vilela disse-me que o número de pessoas assassinadas que eu apresentei eram exagerados. Mas quando eu perguntei-lhe para apresentar o seu, ele me disse que não tinha números. Perguntei-lhe o ponto de referência que ele usou para dizer que os meus números era exagerados. Isso é, quando eu lhe disse que se isso tivesse acontecido no Iraque, o Irã, ou na Síria a resposta não podia ser a mesma.”

 

“Estou a escrever um documento para o Presidente Obama questionando a neutralidade da sua representante em Angola”, avisou Jorge Seixas.

 

AM diz que conduta da embaixadora não é orientação política

 

Por outro lado, há duas semanas, a publicação “África Monitor Inteligence”, editada em Lisboa sublinhou que “a atitude de distanciamento em relação aos partidos da oposição que a embaixadora dos EUA, Helena La Lime, cultiva desde que iniciou funções, há dois anos, é atribuída por competentes funcionários do departamento de Estado a um estilo pessoal da própria e não a qualquer orientação politica”

 

“Os contatos formais e privados entre a embaixadora e os partidos da oposição passaram a estar inteiramente confiados a funcionários subalternos do staff da mesma.” A conduta da embaixadora, segundo o AM, tem merecido a reprovação da parte de todos os partidos da oposição.

 

De realçar que na historia dos embaixadores americanos que passaram por Luanda, um outro diplomata que saiu com a reputação de ter se inclinado ao regime angolano é Dan W. Mazena, que agora representa o seu país, em Bangladesch.