Foi a oposição que impediu que se realizasse a revisão constitucional no ano passado

Lisboa - “Não sinto falta de legitimidade”. Foi assim que Eduardo dos Santos respondeu à pergunta de um jornalista, pelo facto de não ter sido escolhido como Presidente da República através do voto popular.

O líder angolano lembrou que foi eleito deputado pelas listas do MPLA nas eleições de Setembro último e que enquanto chefe do Executivo (Angola tem um regime presidencialista) se sente “perfeitamente à vontade”.

Eduardo dos Santos defendeu ter sido a oposição que impediu que se realizasse a revisão constitucional o ano passado e diz que esse processo foi agora iniciado, prevendo-se a sua conclusão até final do ano. Desta forma, as eleições presidenciais só se deverão ter lugar em 2010.

O Presidente angolano frisou ainda que a nova Constituição irá também determinar o modelo de escolha do futuro Chefe de Estado. Através de eleições directas ou escolhido pela Assembleia Nacional são as duas hipóteses que estão em aberto.
 
No encontro que mantiveram hoje ao fim da manhã no Palácio de Belém, os Presidentes de Portugal e Angola discutiram o problema dos vistos de entrada em Angola e disseram que este problema está em vias de ser resolvido. “Estamos empenhados em facilitar vistos e transportes aéreos”, disse Cavaco Silva, reconhecendo que estes podem representar “obstáculos” a uma maior cooperação económica entre os dois países.

Sobre este assunto dos vistos, “há sintonia entre os governos de Angola e Portugal para trabalhar no sentido de um aprofundamento da cooperação”, acrescentou. O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, fez declarações no mesmo sentido: “É convicção minha que esse problema será resolvido”.

Fonte: Publico/JN