Luanda  - O Standard Bank garantiu esta quarta-feira, em comunicado, que “mantém inalterados” os serviços em Angola e que apesar das “dificuldades conjunturais” do país vai continuar a disponibilizar dólares aos clientes.

 Fonte: Lusa

A posição do banco do grupo sul-africano, cujo maior acionista é o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), surge na sequência de informações públicas sobre restrições ao fornecimento de divisas (dólares) aos balcões da instituição em Angola, devido à crise económica, financeira e cambial provocada pela quebra da cotação do petróleo.

 

“O Standard Bank de Angola mantém inalterados todos os seus serviços em Angola. Serve esta informação, para contrariar e restabelecer as notícias postas a circular de que o Standard Bank de Angola teria deixado de disponibilizar dólares no mercado, o que não corresponde à verdade”, afirma a instituição, em comunicado enviado à Lusa.

 

Devido à situação financeira e à redução das receitas (divisas) com a exportação do petróleo, vários bancos angolanos estabeleceram nas últimas semanas restrições e mesmo suspensão ao levantamento de dólares aos balcões, o que já fez a compra no mercado paralelo chegar nos últimos dias aos 280 kwanzas por cada dólar, o dobro da taxa de câmbio oficial.

 

Citando fonte da administração do Standard Bank de Angola, o mesmo comunicado refere que embora o país “viva uma situação conjuntural com dificuldades conhecidas nesta matéria”, aquele banco “mantém inalterados os seus serviços”, embora sem precisar montantes permitidos.

 

Durante o passado mês de outubro, de acordo com um relatório oficial consultado pela Lusa, o Standard Bank comprou ao Banco Nacional de Angola 118,9 milhões de dólares (108,8 milhões de euros) em divisas – o quarto num ranking de mais de vinte bancos comerciais -, um aumento de 159 por cento face ao mesmo mês de 2014.

 

O banco britânico Standard Chartered terminou o seu serviço de disponibilização de dólares em Angola, juntando-se ao Banco da América, que fez a mesma coisa, aumentando as dificuldades financeiras da economia angolana.

 

“Tomámos a decisão de sair dos negócios dos dólares e outros negócios ‘off-shore’ que oferecemos aos bancos comerciais angolanos”, disse o banco à agência financeira Bloomberg, que salienta que esta decisão está relacionada com uma reavaliação das relações dos bancos da marca com outros no sentido de cumprir os padrões internacionais.

 

Angola está entre os 20 países mais corruptos do mundo, estando em 161.º lugar em 175 países analisados pela Transparência Internacional no Índice de Perceção da Corrupção relativo a 2014, lembra a agência financeira.