O político que falou em nome do seu partido, mostrou-se solidário pela situação de greve de fome que Conceição Domingos está a efectuar há coisa de um mês e alguns dias.

Filomeno V. Lopes terá prometido a detenta prosseguir com as diligência no sentido de que a Lei recentemente aprovada pelo Assembleia Nacional seja rapidamente promulgado pelo Presidente da República, permitindo desta forma a constituição do Tribunal Militar que terá a incumbência de rever o recurso apresentado pelos advogadosde defesa de Conceição Domingos.

A FpD é das formações políticas que mais tem se batido pelos direitos humanos em Angola, tendo no seu seio de militantes, pessoas que foram os pioneiros neste tipo de prática com objectivo persuasivo.

"No início da noite de hoje (sexta-feira 2 de Maio) o líder da FpD manteve um contacto telefónico com a presidiária Conceição Domingos que se encontra desde há mais de um mês em greve de fome, para se inteirar do seu estado de saúde, situação que tem preocupado a FpD, no âmbito da sua vocação humanista e consequente do ponto de vista dos direitos humanos, que nos ensina sob a preservação da vida", diz o comunicado distribuído à imprensa.

Ainda segundo o mesmo comunicado, "Conceição Domingos mostrou-se consciente e com informações médicas, sobre o seu estado de saúde, que diz estar sob controlo. Mostrou decisão em prosseguir com a greve de fome".

Esta formação aproveita para exigir ao poder político que garanta à grevista que vai atender a sua reivindicação para que se impeça que mais uma vida se apague e que a pena de morte, entretanto extinta, nãoassuma outras formas de se concretizar.

Por outro lado, a FpD estende a sua solidariedade e congratula-se com a acção do movimento cívico no exterior para impedir que o navio chinês, estacionado em Angola, descarregue armas para o Zimbabwe e contribua para um embargo de armas para aquele país.

"A vossa luta, através dessa manifestação, junta-se à das associações cívicas e partidos políticos que no interior de Angola conseguiram que o Tribunal Marítimo ordenasse ao Porto de Luanda para não descarregar qualquer carga destinada ao Zimbabwe", segundo o comunicado.

Na opinião da FpD, esta é uma luta para a paz e estabilidade contra as teorias, vigentes em algumas academias da África Austral, segundo as quais, "só o reforço militar pode garantir a Paz e a estabilidade. É a clarividência política em criar regimes de equilíbrio e justiças sociais a grande fonte de estabilidade e Paz para a região, complementando com sistemas operacionais de resolução de conflitos".

"A FpD – Frente para a Democracia - coloca-se ao vosso lado pela defesa dos bons ideais da África Austral, uma vez que a nossa região que, em 1992, tinha grandes potencialidades de Paz e progresso tem-se visto sucessivamente os seus países envolvidos em guerras fratricidas afectando todos os países da região e dificultando o cumprimento da integração regional e da harmonia indispensável ao desenvolvimento. Agora, parece ser a vez do Zimbabwe perturbar a Paz na região o que deve ser rechaçado pelo povo da região.

Esta organização política apela ao povo zimbabueano para continuar a lutar pela defesa intransigente da democracia na nossa região.

"Se o Zimbabwe se envolver em guerra vai minar a credibilidade do povo nos sistemas eleitorais, marginalizando o povo das decisões sobre a escolha dos seus dirigentes e deixando campo aberto aos ditadores que se auto-legitimam. Na vossa luta está portanto a defesa do processo democrático em Angola, assim como a intransigencia da sociedadeangolana em não permitir que as armas sigam para o Zimbabwe é a defesa da democracia e do direito á vida ao povo deste país irmão", finaliza o comunicado assinado pelo seu presidente.


* Ana Margoso
Fonte: FpD