Lisboa – Circula em meios do Ministério do Interior, informações que apresentam o titular da pasta deste órgão, Ângelo de Viegas Tavares como um dos suspeitos de ser o suposto “ordem superior” que estaria a orientar a praticas de alegados actos de retaliação que aconteceram recentemente contra o ex-delegado de Luanda do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), Antônio Gamboa Vieira Lopes, que se encontra preso na Cadeia Central de Viana, em Luanda.

 Fonte: Club-k.net

Quadros do regime  em clima de desconfianças e vinganças 

Em causa, da suposta retaliação, estariam comentários a circular nas redes sociais que comprometem a imagem do governante por ter alegadamente ocultado ao Presidente da República, detalhes sobre o dossiê Alvés Kamulingue, o activista que fora executado em Maio de 2012, pelas autoridades angolanas.

 

As suspeitas sobre a conduta de retaliação que se atribui a Ângelo de Viegas Tavares, e a outros, está consubstanciadas em desconfianças de que Antônio Gamboa Vieira Lopes, poderia ser o promotor de tais comentários postos a circular nas redes sociais.

 

Logo apos a circulação dos comentários em causas, a cela de Antônio Gamboa Vieira Lopes, em Viana, foi sujeita a uma revista com recurso a cães sob alegação de que havia suspeitas de que este estaria em posse de tecnologias de última geração de comunicações dentro da cadeia. Apesar de nada terem encontrado, os realizadores da revista alegaram que estavam apenas a cumprir orientações superiores.

 

Passado, alguns dias, isto é, a 26 de Novembro, Vieira Lopes foi espancado por um ex- agente da DNIC, também recluso Francisco Pimentel Tenda Miguel. “Kiko”, como também é conhecido, é autor confesso dos disparos contra Alves Kamulingue, e notabilizado com um dos “mais brilhantes” quadro da nova geração da polícia Nacional, em técnicas de tirar vida das pessoas. Mesmo na cadeia goza da proteção do regime, aquém lhe foi prometido soltura antes da sua pena terminar.

 

De acordo com explicações, a atitude inicial dos serviços prisionais de terem abafado este assunto da agressão, deu lugar a desconfianças de que Francisco “Kiko” poderia estar a cumprir uma   “orientação superior” de atentar contra a vida de Vieira Lopes, em retaliação ou solidariedade aos seus ex- superiores que foram mencionados nos comentários das redes sociais sobre o dossiê Cassule e Kamulingue.

 

As referidas desconfianças teriam se alastrado pelo facto de Francisco Pimentel Tenda Miguel “Kiko” nunca ter sido sancionado (conforme determina as regras da cadeia) pelos serviços prisionais devido a sua conduta de praticas de violência na prisão.

 

O Club-K, soube de fonte digna de fé, que o Ministério do Interior, preparou uma versão para justificar o que ocorreu naquele dia 26 de Novembro entre Vieira Lopes e Francisco Pimentel “Kiko”. A versão criada é de que terá havido uma grande briga entre ambos, trocas de palavras e ofensas resultando na agressão mutua.

 

Ainda de acordo com a mesma fonte, a criação desta versão terá contado com o concurso de um alto funcionário dos serviços prisionais, Carlos Diamantino, descrito como sendo da confiança do Ministro do Interior.

 

Segundo fontes prisionais que descordam da versão que o Ministério do Interior esta a preparar, o que se passou na realidade, é que o ex- delegado do SINSE, Antônio Lopes foi atacado por Francisco “Kiko” momentos depois de ter acordado. “O mesmo ia saindo da cela quando foi emboscado por Kiko e não teve tempo de se defender tão pouco responder as ofensas senão proteger unicamente a cabeça até cair e aparecer os nossos colegas   que o socorreram”.

 

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