Luanda - Mais de 150 efectivos da Polícia nacional e agentes do Serviço Penitenciário vão controlar os 15 activistas que a partir de amanhã, sexta-feira, passarão a estar em prisão domiciliária. A informação foi avançada hoje no fim da audiência de Nelson Dibango pelo porta-voz dos serviços prisionais, Menezes Cassoma.

*Borralho Ndomba
Fonte: Rede Angola

“Para esta tarefa estarão engajados mais de 150 efectivos. Por regra geral estarão próximo das suas residências. Teremos indivíduos da Policia Nacional, teremos indivíduos dos serviços penitenciários para fazerem este acompanhamento, tal qual é feito nos estabelecimentos penitenciários”, informou Menezes Cassoma, garantindo que os agentes vão permanecer na parte exterior da residência dos activistas.

 

O porta-voz dos Serviços Penitenciários disse que em caso de doença os reclusos devem ser assistidos no Hospital-Prisão de São Paulo. “Quando se registarem problemas de saúde, se porventura a família ou o recluso tiver um médico de família, a assistência médica será prestada pelo médico de família. Naqueles casos em que ele não tiver tal possibilidade, não nos podemos esquecer que ele ainda é recluso e o serviço penitenciário vai prestar assistência tal como prestou até agora”, finalizou.

Tribunal concluiu os interrogatórios

A 14.ª Secção dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda concluiu hoje os interrogatórios dos 17 activistas. Na sessão de hoje foi questionado Nelson Dibango, que manteve-se em silêncio durante a instância do juiz presidente da causa e também do Ministério Público.

Amanhã, os arguidos vão estar no tribunal para serem informados sobre a prisão domiciliária e terão de prestar as informações ao tribunal sobre as suas áreas de residência.

Recorde-se que os “revús” estão proibidos de contactarem uns com os outros e também com os integrantes do suposto governo de Salvação Nacional, do qual o advogado David Mendes é sugerido como o Presidente do Tribunal Constitucional.

No fim da sessão, o advogado perguntou ao juiz Januário Domingos como ficaria a sua questão, uma vez que faz parte do tal governo e também da defesa. A pergunta não mereceu resposta nem do juiz nem do Ministério Público.

Falando à imprensa, David Mendes disse apenas: “Sou advogado e ninguém me proíbe [o contacto com os clientes]”.

Já o jurista do regime Juvenis Paulo, que aparece constantemente no tribunal para comentar as audiências aos órgãos de comunicação social, disse que a questão levantada por David Mendes foi uma atitude provocadora.

“A questão que o advogado David Mendes levanta não tem razão de ser, porque o advogado não está impedido de contactar os seus constituintes. Portanto, aquela questão levantada, que não mereceu nenhuma resposta do meritíssimo juiz, o que demonstrou foi uma atitude provocatória”, afirmou.