Luanda - Manuel Lima Bravo, arguido no “Caso Jorge Valério”, declarou em tribunal que as torturas que alega ter sofrido no acto de instrução preparatória do processo, perpetradas alegadamente por agentes da DNIC (agora SIC), resultaram sequelas graves. O réu falava aquando da acareação com Hélder Caetano Neto, o agente do SIC apontado pelos réus como o “torturador”, na última audiência.

Fonte: Opais

Hélder Caetano Neto, o agente do SIC apontado pelos réus como o “torturador”

Lacrimejando, Bravo disse que foi torturado ao ponto de hoje encontrar dificuldades em se relacionar sexualmente com a sua esposa, Filomena. Caracterizou aquele agente do SIC como sendo “maquiavélico”, pois o torturou com porrete eléctrico.

 

Já o réu Victor Nsumbo, disse que o mesmo agente, “numa sessão de torturas lhe enfiou uma chave de fenda nas nádegas”.

 

Por seu turno, Hélder Neto negou todas as acusações feitas pelos réus, dizendo que é impossível os detidos serem agredidos sem que os responsáveis do SIC saibam ou a Procuradoria da República. Para ele, os réus estão a mentir, pois não haveria necessidade de agredir, por exemplo, o Bravo, uma vez que este desde o princípio mostrou-se arrependido.

 

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