Lisboa - No comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BPI informa que, por cartas de 14 e 26 de outubro de 2015, a Unitel indicou ao Banco BPI não dar o seu consentimento à transmissão por cisão da participação do Banco BPI no BFA. Isabel dos Santos é parceira do BPI em Angola. O BPI controla a maioria do capital do BFA, enquanto a Unitel controla 49%.

 

Fonte: Dinheiro Vivo

 

Além disso, a empresária angolana é a segunda maior acionista do BPI, através da Santoro. “Na última das cartas referidas a Unitel deu nota de que considerava existirem diversas alternativas que poderiam otimizar os interesses de ambas as partes e que estava disponível para as analisar e discutir”, refere o comunicado.

 

Perante a posição de Isabel dos Santos, que controla 19% do BPI, a comissão executiva do BPI promoveu um conjunto de atuações que envolveram conversações com a Unitel e com os dois maiores acionistas do Banco BPI (CaixaBank e Santoro Finance). O objetivo foi tentar encontrar uma solução que permitisse alterar a posição da empresária angolana.

 

O Banco Nacional de Angola já informou o Banco BPI que só poderá analisar o pedido quando BPI e a Unitel chegarem a um acordo”. No entanto, ainda não foi possível chegar a um acordo.

 

“Estas conversações decorreram de forma construtiva mas até ao momento não permitiram alcançar os ajustamentos aos termos da cisão que permitissem conciliar aquele objetivo com os aspetos de ordem regulatória que se torna necessário acautelar”.

 

O conselho de administração do BPI deliberou, sem abstenções e apenas com o voto contra do administrador Mário Silva [representante de Isabel dos Santos] prosseguir com o processo de cisão iniciado em 30 de setembro último, promovendo o registo do respetivo Projeto de cisão.


O ‘board’ de Fernando Ulrich pediu ainda a convocação de uma assembleia-geral. Entretanto, a 10 de dezembro último, o Banco Nacional de Angola deu nota ao Banco BPI que só poderá manifestar-se quando o BPI e a Unitel chegarem a um acordo.