Luanda - As autoridades angolanas detiveram ontem mais de 50 cidadãos chineses e de retaram o encerramento de mais de 30 lojas de um centro comercial chinês, localizado nas proximidades do Estádio 11 de Novembro, por exercício de comércio ilegal.

 

Fonte: O País
A operação foi dirigida por uma comissão integrada por representantes dos Serviços de Investigação Criminal (SIC), de Migração e Estrangeiros (SME), de Proteção Civil e Bombeiros (SPCB), do Ministérios do Comércio, da Saúde e da Hotelaria e Turismo.

 

O inspector-geral do Ministério da Saúde, Miguel de Oliveira, revelou igualmente à imprensa o encerramento de vários restaurantes, um casino e um centro médico no mesmo espaço.

 

As autoridades alegam que os cidadãos chineses não se faziam acompanhar de documentação alguma durante a operação, nomeadamente o passaporte para comprovar a sua legalidade no país.

 

No centro médico, de acordo com Miguel de Oliveira, eram realizadas consultas e internamentos em condições que violam as boas práticas assistenciais, nomeadamente de biossegurança e de gestão de resíduos hospitalares.

 

“Os doentes não têm nenhum processo clínico, não têm o registo da sua evolução. Os próprios profissionais nem sequer alguma palavra de português sabem falar, boa parte dos medicamentos não têm a rotulagem em português, não têm o folheto informativo em português e os medicamentos também estavam muito mal conservados, encostados à parede, colocados no chão e sem um espaço adequado para a sua conservação”, denunciou.

 

Os medicamentos apreendidos e os doentes internados foram transferidos a um outro centro em condição legal.

 

“Nós aqui encontrámos um centro médico que funcionava à margem da lei e encontramos alguns serviços praticados, nomeadamente de restauração, pensões e outros serviços que são um atentado à saúde pública, nomeadamente um matadouro aqui dentro, algum espaço para peixe, produtos de consumo humano muito mal conservados”, frisou. Além do funcionamento ilegal do centro, Miguel de Oliveira destacou que a equipa médica não possuía também autorização alguma para exercer a actividade médica em Angola.

 

Por sua vez, o inspector do Ministério do Comércio, Heleno Antunes, explicou que a operação ontem realizada enquadra- se no programa de asseguramento da quadra festiva, cujo objectivo fundamental é garantir que os operadores económicos se pautem por boas práticas.

 

“O que nós assistimos aqui é que há uma violação significativa daquilo que é a actividade comercial como tal. A actividade comercial de pequena dimensão está reservada aos nacionais e o que nós podemos encontrar aqui é uma actividade comercial de pequena dimensão”, avançou.