Luanda - Desde o início deste milénio, temos sido sistematicamente doutrinados na filosofia da revolução tecnológica através de uma contumaz divulgação de imagens lascivas pelas redes sociais. Tem havido uma implacável investida a favor da imoralidade, deslumbrando as práticas tradicionais da ética angolana, em especial no âmbito da moralidade sexual e da educação da pessoa humana.

Fonte: Club-k.net

Tem existido na consciência de muitos adolescentes e jovens uma forte vontade em aniquilar a moral e apartá – la da consciência dos demais, a despeito desta intrigante cultura nos suscita hoje o desenvolver de uma nova era, e dela advêm os excessos de que ontem encontravam – se ocultos.

Desde épocas mais idas, a cultura angolana se traduzia no enaltecer de princípios morais e cívicos como modelo para exprimir a sua marca ao longo dos anos sobre sucessão de gerações, as gerações que antecederam a nossa, são exemplos vivos de que a moral e o civismo constituíam a pedra angular do passado angolano, neste prisma, a educação séria era tida como alicerce para dirigir a criança tornando – a autora de uma convivência salutar à luz do civismo e de princípios morais.

Porém, a época em que hoje vivemos tomou o peso da evidência contrária, a moral foi sepultada na terra do esquecimento, os princípios cívicos colocados às costas, vivemos uma época em que se degradam de forma caótica e progressiva todos os princípios culturais que nortearam ontem os nossos ancestrais. Infelizmente, a tecnologia, tem sido muito mal aproveitada, traduzida em arsenal para aniquilar a moral, a civilização, e as regras de boas condutas, transformada num vilão perigoso, convertida no acelerador da destruição da nossa cultura original e do bom carácter, despindo o ente humano de educação e de civismo.

Não se educa nos céus para os anjos, educa – se na terra para os homens, e os homens são o que uma realidade problemática sob amplos aspectos.

A imoralidade pilhou na consciência humana hoje a educação. Muita gente leva a vida toda, perdendo o seu tempo tão precioso, somente para exibir linguagem lasciva em redes sociais, expor imagens imorais e vergonhosas como torneiras incansáveis em jorrar disparates sem lucro nenhum.

Os marcos de educação, tornaram – se numa catástrofe em acção, os pais passaram a ser chamados de velhos, quando a idade perde o seu rosto e a velhice atravessa ao longo de sua existência, os pais são lançados no beiral, sem eira, nem beira, a Deus dará, muitos dos quais foram o factor decisivo da formação destes mesmos elementos que hoje menosprezam a sua existência, no beiral ficam a deriva, como bolor sobre cascos perdidos num ermo, e seus filhos, comendo, e bebendo do bem e do melhor.

Hoje os mais novos deixaram de respeitar os mais velhos, em tempos passados, quando um mais velho falasse, era imperativo o calar da boca do mais novo, aos nossos dias isto tornou – se num carácter repugnante, em tempos passados se o mais novo estivesse sentado num autocarro ou em outro local era imperativo a cedência do seu lugar ao mais velho, havia respeito e educação, hoje observa – se até crianças de tenra idade a mandarem seus pais a calar a boca, parece que chegamos na era da imoralidade e da perda total da expressão cívica, saudar ao próximo tornou – se estranho e fora do comum em que muitos não respondem as saudações nos táxis, nos autocarros, ou mesmo em locais públicos, o silêncio domina a boca dos homens quando alguém saúda, somente escassas pessoas respondem. Pedir perdão, foi substituído pela arrogância e a intolerância. Por mais que alguém se forme, se estiver despido de ética, civismo e moral torna – se pior que um leão faminto.

Infelizmente, muitos dos encarregados de educação da criança angolana, têm colaborado de maneira deliberada para este esforço. Por sua falha ao não colocar sobre o alcance das crianças as regras de vida e de convivência nos estratos sociais, e nem oferecer de forma continuada uma educação clara e detalhada sobre a pessoa humana, em substituição a educação têm oferecido às crianças matérias de alta tecnologia, deixando – lhes entregues a um mundo estranho, destruindo a velocidade da luz toda boa obra inata na pessoa da criança em substituição à má conduta e a imoralidade.

No entanto, a evidência mais nítida de quão longe nos afastamos da moral e do civismo, se encontra na crescente aceitação que tributamos as crianças e adolescentes a decidirem por sim mesmos a escolha do caminho que têm a percorrer, fazerem das ruas suas residências peculiares, os jovens hoje, são expostos a correntes de princípios imorais e anti – éticos, são lhes negados a constituição de uma personalidade séria, em substituição a princípios anómalos e perigosos para o futuro do jovem. Porém, seriam os encarregados de educação o ponto de partida no que concerne a utilização das redes sociais, moderando o seu uso e vigiando de maneira consciente a sua utilização, e os grupos em que o adolescente está inserido, as publicações que faz e os comentários também.

É bastante oportuno que gastemos tempo e esforço, para avaliar o preço que havemos de pagar pelo uso inadequado das redes sociais pelos adolescentes e crianças, e que meditemos sobre o tipo de sociedade que resultará no amanhã com a degradante moral que hoje assume o piso do topo na consciência mais jovem. E qual a contribuição das redes sociais na unidade básica de nossa sociedade Angolana: a família?

A revolução tecnológica tem produzido muitos efeitos plausíveis, mas também quando muito mal aproveitada transforma – se num caos, e em muitos casos ruína da mentalidade sã, e degradação da família em virtude da mesma ser muito mal usada, e aproveitada somente para fins que visam ofuscar o ego humano e algemá – lo na perdição declarada.

Milhares de jovens angolanos confusos em redes sociais, a crescerem e a atingirem a maturidade sem a influência directa de seus pais que agiriam como pessoas maduras, responsáveis, líderes amáveis, e exemplo de vida e educação no seio do lar.

Como resultado dessa decadência da moralidade humana, nota – se o surgimento de pessoas mais jovens sem amor ao próximo, atiçando também a violência e o uso de substâncias nocivas que lhes coloca alheios do mundo consciente.

Como consequência de uma missão que muitos dos encarregados negaram se auto – responsabilizar, resulta o elevado número de crimes, o abuso do álcool, a prostituição e o uso de drogas ilícitas.

A família, é o epicentro da sociedade, ninguém nasce educado, todos são frutos de uma educação que somente podem tê – la através de uma família, seja essa educação boa ou má é a única que a criança pode receber, a escola ajuda e orienta, instruí, forma, mas a educação verdadeira e pura é tarefa primordial da família.

Estamos nos dias de hoje a contemplar o topo do icebergue.

Precisamos de mudança urgente no quadro actual do sistema de educação vigente entre as famílias, seja isso através dos órgãos de comunicação social, seja pela igreja, pelas organizações filantrópicas, porém, é urgente a mudança do prisma actual em que a juventude caminha. Que os pais cumpram o seu papel, haja conversa afincada com os mais jovens, que haja regras e normas de conduta a servir, que não se coloque a criança pela rua fora a deriva, sem supervisão sequer.

Ninguém nasce sabendo, todos nascemos inocentes, e é da sociedade que adquirimos o bom ou o mau carácter, somos frutos da constante informação que absorvemos na sociedade em que estamos inseridos e incutimos no dia-a-dia para iluminar ou escurecer as nossas atitudes.

Haja luz sobre as trevas!