Luanda – O caro leitor lembra-se daquele frango estragado e contaminado (que podia causar a morte ao consumi-lo) que estava a ser vendido nos nossos mercados (formal e informal)? Sim. Este mesmo. Voltará a ser comercializado em Angola.

Fonte: Club-k.net
O Ministério da Agricultura levantou na semana passada (através do Despacho n.º 25/16) a proibição de entrada no País de frango cru congelado de marca «Pluvera», proveniente do Reino da Bélgica.

De realçar que em Setembro de 2014, o Club K noticiou que a direcção geral do Instituto dos Serviços de Veterinária (ISV), do Ministério da Agricultura, alertou a direcção do Serviço Nacional das Alfândegas, um órgão afecte ao Ministério das Finanças, sobre a entrada no país de frangos congelados – contaminados – de marca Pluvera, provenientes da Bélgica.

Estes bens do consumo [popularmente conhecido como galinhas rijas], a venda no mercado formal (tal como informal), estão contaminados por uma bactéria de nome Salmonella Enteritidis. E o seu consumo pode provocar a morte.

De acordo com o documento, que o Club-K publicou na integra, “o Ministério da Agricultura informa que recebeu uma notificação de alerta n.º 2014.1257-add01 do Instituto dos Serviços de Veterinária (ISV), proveniente da direcção geral de Saúde e dos consumidores da União Europeia, emitida pelo sistema de alerta rápido para alimentos e racções sobre a SALMONELLA ENTERITIDIS encontrada em frangos congelados de marca/nome comercial PLUVERA, com o peso de cerca de 1,3 kg, código de barras n.º 8712235013008, com a data de produção de 12 de Junho de 2014, data de caducidade 31 de Janeiro de 2016, com os códigos de lote nº 14061202 e 14061204, produtor Klaasen&Co N.V. - Pluvera provenientes da Bélgica”.

Em reação, na altura, o presidente da Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AADIC), Diógenes de Oliveira, diz que situações de gênero somente ocorrem por falta eficaz de fiscalização continua e preventiva.

“Situação está que devemos ter cuidado sobretudo neste período da quadra festiva. Porque sabemos nós que é nesta altura do ano que alguns fornecedores têm apetências ao lucro fácil, despejando qualquer bem de consumo ao alcance dos consumidores em geral”, disse.

Diógenes de Oliveira apela a maior fiscalização por parte dos órgãos de direito na protecção dos interesses colectivos dos consumidores em sancionar, ou mesmo punir civil e criminalmente esses prevaricadores, em consonância com a Lei de Defesa do Consumidor. “Porque de uma forma ou outra colocam em risco a saúde pública, além de prejudicar a economia angolana que se encontra em estado crescente”, enfatizou.

Nesta senda, o responsável da AADIC recomenda aos fornecedores a retirada imediato destes produtos no mercado formal, uma vez que fere os artigos 23º e 78º da Constituição da Republica de Angola, conjugado com o artigo 4º da Lei de Defesa do Consumidor – Lei n.º 15/03 de 22 de Julho.

Informações importantes sobre Salmonella Enteritidis?

Uma pessoa que se infecta com a bactéria pode apresentar febre, cólicas abdominais e diarreia, de 12 a 72 horas após o consumo do alimento contaminado. A doença dura de 4 a 7 dias, e muitos doentes se recuperam sem a necessidade de tomar antibióticos. Entretanto, quando a diarreia é severa, hospitalização e uso de antibióticos podem ser necessários, além de hidratação venosa e outros cuidados.

Crianças, gestantes, idosos e imunocomprometidos podem apresentar formas graves da doença, com infecção que pode passar do intestino para a corrente sanguínea ou para outros órgãos do corpo, podendo causar morte se não for tratada prontamente com antibióticos adequados.

Vários estudos mostram que essa bactéria, no mundo, tornou-se resistente a vários antibióticos: no Estado de São Paulo, o Instituto Adolfo Lutz detectou que 65% das cepas são resistentes a antibióticos, em geral a dois tipos de drogas, e algumas das cepas até sete antimicrobianos. Este problema está relacionado ao uso indiscriminado de antibióticos, e especialmente na criação das aves.