Luanda - A marcha dos dias, tornou a vida de muitos utentes preocupante, em virtude da acção quotidiana ter timbrado o percurso de cada um de nós por uma dinâmica incomensurável que, entrega os angolanos à uma rotina comandada pelo fôlego da inapetência para a realização da actividade física, e a privação aos lenções do sedentarismo mórbido, acrescido a este mar de turbulências fisiológicas, encontram - se a alimentação desregrada, o estresse psicossocial, os fenómenos genéticos, os quais em uníssonos pilham a saúde do indivíduo e botam – lho ao vale da desgraça, deixando – lho pendurado num sobrepeso a sua sorte.

Fonte: Club-k.net

A Organização Mundial da Saúde (OMS), com a sua consistente e fervorosa luta a favor da protecção e da propagação da saúde em todos os lugares do mundo, sem demora, divulgou em seu artigo científico que foi registado 300 milhões de pessoas obesas e 1 bilião com sobrepeso em 2003, já em 2005 estes dados aumentaram para 400 milhões de obesos e 1,6 bilião de sobrepeso, e continuando neste ritmo, a estimativa é que em 2015 sejam 700 milhões de obesos e 2,3 bilião de sobrepeso.

 

A obesidade nunca foi um fenómeno desconhecido entre nós, porém, é vasta a extensão de citadinos que não conhece seus efeitos morfofisiológicos, há muitos autores que a consideram de ser multifactorial, responsabilizando ao componente genético e sua interacção com factores sociais, ambientais, psicológico, endógenos e estilo de vida.

 

Segundo Guedes (2006), a eficiência dos exercícios no controlo e tratamento da obesidade esta directamente relacionada à demanda energética total induzida pelo trabalho muscular, associada à adequada combinação de frequência, intensidade e duração dos esforços físicos.

A melhoria da qualidade de vida implica a diminuição de factores que estão no cimo da predição de inúmeras morbidades, sujeitando o indivíduo ao desequilíbrio, neste prisma, urge a necessidade da perda de massa corporal, da gordura em utentes obesos, pois esta, é um presente envenenado e não sinal de boa vida, como se ouve na língua popular.

Além de que, o exercício físico, quando realizado frequentemente, pode aumentar o potencial do sistema antioxidante intracelular, devido à alteração do estado redox e da indução na elevação da actividade enzimática antioxidante, atenuando os níveis de estresse oxidativo (Antunes Neto et al., 2008).

 

De acordo com Guyton & Hall (2010), o exercício físico regular resulta em benefícios para o organismo, como melhora na capacidade cardiovascular e respiratória, tornando - se uma forma de tratamento na obesidade, que quando combinado à restrição energética promove redução no peso corporal, maximizando a perda de gordura e minimizando a perda de massa magra, induzindo a diminuição do peso corporal e melhora do estilo de vida.
Uma das actividades de maior abrangência, por sua acessibilidade, é a caminhada.

 

Por ser um exemplo de exercício aeróbio que promove a perda de massa gorda e gasto energético, e quando associado ao controle nutricional é um componente importante no tratamento da obesidade. Estudo realizados utilizando homens obesos, descobriu que caminhar diariamente está directamente associado com a diminuição do tecido adiposo visceral. A caminhada na esteira por 3 meses, demonstrou redução na gordura total e melhora o condicionamento cardiovascular. (Antunes Neto et al., 2008).

 

Outro método, não tão comummente utilizado em Angola, é a prática de Yoga, difundida no Oriente, é uma das seis escolas de filosofia do hinduísmo. O objetivo do Yoga é transformar o ser humano, unindo os poderes do corpo e da consciência para alcançar o equilíbrio. O método pelo qual o Yoga pretende atingir esse objetivo é a prática, através de posturas psicofísicas chamadas Ásanas, ou seja, posturas firmes e confortáveis (Kupfer, 2000).

 

O treinamento em circuito é uma das inúmeras opções de exercícios que podem ser utilizados no tratamento da obesidade. Ele consiste em um treinamento onde se realizam exercícios de força, podendo ser intercalados com exercícios aeróbicos. Por esta característica, o exercício em circuito tem participação tanto aeróbia quanto anaeróbia na produção de energia, trazendo benefícios como redução da gordura corporal total e gordura abdominal, melhora do condicionamento físico e manutenção da massa magra e massa muscular (Reis Filho et al, 2008).

Estes benefícios melhoram o bem-estar, humor, e estão associados à libertação da endorfina e dopamina pelo organismo, promovendo um efeito tranquilizante e analgésico no praticante regular de exercício físico, que se beneficia com um efeito relaxante pós-esforço e, em geral, consegue manter-se em estado de equilíbrio psicossocial mais estável frente às ameaças do meio externo. (Cheik et al., 2003).


REFERENCIAS

- Antunes, Neto: Índice de estresse oxidativo. Jornal Brasileiro de biomotricidade, 2011.

- Cheik NC, Reis IT, Heredia RAG, Ventura ML,Tufik S, Antunes HKM, Mello MT. Efeitos do exercício físico e da atividade física na depressão e ansiedade em indivíduos idosos. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. 2003.

- Guedes DP. Recursos antropométricos para análise da composição corporal. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. 2006.

- Guyton & Hall. Fisiologia médica. Elsielvie, Brasil, 2010.

- Kupfer P. História do Yoga. 2ª. Edição. Florianópolis: Editora Dharma; 2000.

- Reis Filho AD, Silva MS, Fett CA, Lima WP. Efeitos do treinamento em circuito ou caminhada após oito semanas de intervenção na composição corporal e aptidão física de mulheres obesas sedentárias. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. 2008.