Luanda - 1. O BLOCO DEMOCRÁTICO, BD, por ocasião do 55.o aniversário do “4 de Fevereiro”, inclina-­se perante a memória de todos aqueles que tombaram e rende a merecida homenagem a todos angolanos que com elevada exaltação nacionalista protagonizaram essa acção espectacular que rompeu definitivamente o “muro de silêncio” em relação a questão colonial de Angola, quebrando a imagem da “harmonia das populações” e da inexistência de contestação séria à colonização portuguesa. Nesse dia começou “a acção directa” anunciada por Mário Pinto de Andrade, em Londres, no ano anterior. Estavam esgotados todos os meios pacíficos de autodeterminação e, perante a teimosia do colonial­fascismo, não havia outra saída.

Fonte: BD

2. O BD reconhece que nesta primeira acção armada de impacto nacional e internacional do nacionalismo angolano, que se traduziu no ataque às esquadras da polícia e às cadeias com o intuito de libertar largas dezenas de presos políticos angolanos feitos pela PIDE, a exiguidade dos meios (já que as principais armas eram catanas) fez fracassar a operação e permitiu o desabar de uma onda repressiva que levou milhares de angolanos para as cadeias e desmantelou quase completamente as redes nacionalistas clandestinas mas não diminuiu a importância estratégica do acto para a luta de libertação de todos os povos africanos colonizados por Portugal.

3. O BD partilha a opinião de que o “4 de Fevereiro” foi uma acção que envolveu nacionalistas filiados em diversas organizações entre os quais se destacou inequivocamente o Cónego Manuel das Neves e constitui, para sempre, uma data histórica nacional de todos e para todos os angolanos, uma data que deve ser de UNIDADE DE TODA A NAÇÃO.

4. O BD deplora que os objectivos do “4 de Fevereiro” não tenham sido plenamente alcançados, nem em 11 de Novembro de 1975, nem em 5 de Setembro de 1992, nem ainda com o fim da guerra fratricida em 2002, mas acredita que os angolanos estão ainda em tempo de honrar o gesto patriótico dos seus heróis se com a mesma exaltação patriótica e determinação assumirmos a nossa cidadania e dermos passos decisivos para a realização de eleições autárquicas, retomarmos as eleições legislativas e presidenciais e travarmos a autocracia, o nepotismo, a ditadura e a predação rumo ao desenvolvimento do país e do bem­ estar de todos os angolanos. BEM HAJAM OS HERÓIS DO 4 DE FEVEREIRO

Luanda aos 29 de Janeiro de 2016

Pela Comissão Política

JUSTINO PINTO DE ANDRADE (Presidente do BD)

LIBERDADE, MODERNIDADE CIDADANIA