Luanda  - O ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz, está com os dias contados à frente do pelouro que dirige há alguns anos, segundo disse ao Club-K fonte do Palácio Presidencial. Integrando, embora, uma lista de governantes que serão removidos dos cargos proximamente, o caso deste economista é tratado como sendo “especial” e tudo indica que não deverá esperar mais pelo “pacote de exonerações” que apeará muitos ministros e secretários de Estado. Ou seja, Francisco Queiroz vai “cair” sozinho e já nos próximos dias.

Fonte: Club-k.net

Com o PLANAGEO em curso e sem possibilidades de recuo ou insucesso, Francisco Queiroz tornou-se agora peça descartável, algo que está prestes a acontecer. O motivo são os resultados pífios apresentados pelo sector – excepção ao subsector dos diamantes – desde que o antigo assessor da Presidência da República assumiu o cargo.


No Palácio da Cidade Alta o entendimento é que o sector mineiro deveria assumir um papel relevante na diversificação da economia nacional, assumindo mesmo a liderança neste particular. Porém, na perspectiva da Presidência da República isto não tem acontecido, o que terá exasperado já o chefe de Estado em razão de julgar que o sector não pode ficar à espera dos resultados do PLAGEO.


Na verdade, José Eduardo dos Santos em várias ocasiões terá manifestado junto de colaboradores mais próximos o seu profundo desagrado com a imagem passada pelo Ministério da Geologia e Minas. Para o Presidente da República o titular desse departamento ministerial deixa transparecer que, mesmo não tendo ainda terminado e havendo, entretanto, necessidade de se acelerar o processo de diversificação da economia, o PLANAGEO é o ponto de partida e de chegada de toda a actividade do sector mineiro, como se nada mais houvesse para fazer.

A posição de Francisco Queiroz é ainda mais periclitante porque ao titular do poder executivo chegaram informações segundo as quais o ministro é pouco mais do que mera figura decorativa em toda a engrenagem do PLANAGEO, onde o verdadeiro “motor” é Makenda Amboise, um veterano quadro do sector que já passou por vários postos e que agora é o director do PLANAGEO.


Mas estes não são os únicos “pecados” apontados a Francisco Queiroz. Outro que é reiterado e que tem caído mal na “Cidade Alta” é a sua aparição constante nos órgãos de comunicação social do Estado, com destaque para a Televisão Pública de Angola (TPA). Por da cá aquela palha, o ministro não se coíbe de convocar a media, quase sempre para debitar lugares-comuns, fazendo-os pura e simplesmente para aparecer e dar a impressão ao chefe de que está a trabalhar arduamente.


Esta táctica, porém, não gerou os efeitos que o ministro esperava. Antes pelo contrário, resultou exactamente em efeito contrário porque há muito que é voz corrente no Palácio Presidencial que o momento é de mais acção e menos palavras, sobretudo quando as palavras são desprovidas de conteúdo e indiciam manifestamente intuito de auto-promoção pessoal, como são interpretadas as de Francisco Queiroz no outeiro de São José, onde a sua imagem está mais do que fragilizada.


Por isso, nos próximos dias Francisco Queiroz deverá ser substituído por João Baptista Borges, actual secretário de Estado das Águas, um quadro cuja competência técnica e discrição são muito apreciadas pelo Presidente da República. Em boa verdade, aliás, não é apenas ao Chefe de Estado que as qualidades do possível substituto agradam. No próprio ministério é grande o nível de aceitação de João Baptista Borges. Inclusive quadros levados por Francisco Queiroz, em princípio tidos como seus dilectos, torcem para ver o chefe pelas costas e receber o novo ministro.


O desejo de mudança no cargo mais alto do ministério é tão grande que há muitos trabalhadores, incluindo quadros intermédios de reputada valência técnica, que preparam uma “festa de boas-idas” ao actual ministro, como aconteceu com Carolina Cerqueira no Ministério da Comunicação Social, onde teve de ouvir assobio, palmas e vivas dos trabalhadores no dia da sua exoneração, enquanto trabalhava no gabinete, sem saber o que estava a acontecer.