Luanda - As coisas parecem complicar-se cada dia que passa na Rádio Comercial Despertar, a emitir de Viana para Luanda e arredores, com a frequência de 91.0 FM.
De estrutura humilde e pequena, a Emissora afecta, alegadamente, ao Partido do Galo Negro, UNITA, enfrenta problemas, graves, de relacionamento dos seus profissionais e da nova estrutura directiva que sucedeu Zito Calhas, falecido por doença.


Fonte: Club-k.net

As incompatibilidades antes profissionais e agora pessoais resultam, segundo consta, de uma metodologia de trabalho incrementada pela subdirecção para a informação que, como contam, viola todas as regras e normas que balizam a actividade jornalística, independentemente, da sua natureza.


As águas voltam a agitar-se dias depois de nos últimos dias terem sido denunciadas censuras a certas figuras nacionais, com enfase para o Jornalista Macuta Nkondo, autorizado dias depois da denúncia, por vergonha e alguma intervenção política, porquanto Isaías Samakuva e pares ainda contam com os préstimos daquele Político. A demissão do Editor-Chefe, António Festos, um dos poucos que, segundo comentários da classe, oferecem o bocado de qualidade que resta naquela emissora privada, agudizou, consideravelmente a crise que parece não ter fim visionado.


Sabe-se, de vozes autorizadas, que a demissão do jovem Jornalista resulta de problemas graves registados no sector de informação, em que Queirós Chilúvia é chefe há algum tempo e o agora auto demitido, editor-chefe, no fundo, seu auxiliar imediato.


Festos queixa-se, segundo apurou-se, de não ter espaço para trabalhar porque o chefe não respeita os degraus hierárquicos. Umas das questões que aceleraram a formalização do pedido que verbalmente vinha sendo feito, tem a ver com o facto de o Director Adjunto para a informação suspender, sem motivo aparente, o Jornalista, Manuel Luamba, em casa há mais de um mês, por ter apresentado uma preocupação atinente a receios de sofrer assalto se saísse de casa às quatro horas para ir fazer o programa “Postal da Manhã”, de candongueiro, já que o único carro que servia para o recolher, ficou para uso pessoal de Queirós.


A medida de suspensão foi tomada unilateralmente sem que para tal consultasse ou comunicasse o seu auxiliar nem mesmo deu a conhecer, de imediato, ao Director-geral, que, como se reconhece, até a presente data aguarda por formalização da suspensão, mesmo já acima de trinta dia.


A de mais, Queirós não terá ponderado questões de interesse maior da Rádio e do Partido que, alegadamente, defende (a ser verdade defende-o mal), porquanto a medida de suspensão foi tomada numa altura em que Vasco da Gama se encontrava doente e António Festos em gozo de férias de quinze dias e Manuel Luamba cobria os dois dos principais locutores, pelo menos para os serviços noticiosos centrais, o que por si só, deixou a Rádio numa carência total, em termos qualitativos, já que recursos humanos são escassos naquela emissora, fundamentalmente no que tange a estética e boa colocação de vozes.


As informações recolhidas no terreno indicam que para cobrir a lacuna que criou, propositadamente, o Director Adjunto, promoveu a Editores e Locutores principais jovens estagiários e repórteres que alguns deles nem mesmo uma reportagem conseguem e nunca fizeram, daí, segundo comentários que têm vindo a invadir as redes sociais, mormente, no facebook, a baixa de qualidade dos noticiários.


“Não se pode conceber que alguém que não consegue escrever nem ler em condições uma reportagem seja promovido a editor e Locutor para um Jornal das dezanove horas e a concorrer com um Manuel Vieira, na MFM, António de Sousa na RNA, Mário Inácio na LAC etc. é o cúmulo- frisou com bastante preocupação o nosso interlocutor.
“Não se pode estragar trabalho de uma Rádio dessa só porque querem criar grupo de pessoas que pela pobreza técnica aceitam passar tudo e em qualquer momento e programa”. Rematou.


Sabe-se, por outro lado, que Queirós Chilúvia, coadjuvado por uma juventude partidária ciumenta, não quererá mais trabalhar com algumas pessoas que considera pedra no sapato, pois, inviabilizam suas ordens. Estas, segundo ainda a fonte, são os que entendem alguma fatia de jornalismo e são sempre de opinião que apesar de ser uma Rádio ligada ao Partido que defende é preciso e possível fazer-se bom jornalismo que passa, não pela recusa de matérias partidárias, mas por um tratamento isento, rigoroso e com contraditório, posição não bem vista pelo responsável do sector de informação.


“Ninguém tem intenções de prejudicar o patrão, mas é bonito dar dignidade técnica ao mesmo. Uma rádio Despertar isenta, rigorosa e que saiba tratar as matérias é voto para a UNITA. Não podemos aceitar que sejamos conotados com o Partido pelo facto de lá trabalharmos e ainda somos ignorados pelos colegas por causa do mau trabalho que fazemos como se não soubéssemos fazer bem. Não estamos aqui por dinheiro. Estamos aqui porque gostamos do projecto e é aqui onde queremos dar o nosso contributo, fazendo jornalismo capaz de vangloriar todos. Nós e o dono da Rádio”. Sublinhou.


O mau ambiente instalado faz com que António Festos reduzisse a carga horária de trabalho, Manuel Luamba suspenso ficasse fora dos microfones há um mêsa, Vasco da Gama, com uma única presença semanal no sector de informação e os repórteres sem criatividade, e por conseguinte, com pouca produção, sem antes falar dos correspondentes que quase já não mandam peças, outros por falta de computadores, aparelhos de gravação, internet e uns por descontentamento de um sector de informação que só cria intrigas.

 
Dizia-se na informação difundida semanas atrás que os problemas são do conhecimento do Director-geral da Rádio, Emanuel Malaquias que nada pode fazer por não gozar de boa simpatia por parte de algumas figuras de proa dentro do Partido que por desconhecerem regras e normas jornalísticas preferem o trabalho vergonhoso desempenhado no sector de informação em detrimento do Director que prefere ouvir todos e exige que a Rádio seja aberta a todos, desde que haja factos noticiosos. É assim que nos últimos dias ouviram-se, igualmente, rumores de que o seu Adjunto terá pressionado um abaixo-assinado para a exoneração de Emanuel Malaquias, alegadamente, por estar a desviar fundos de publicidade, ainda assim, o Director-geral é citado como sendo um bom líder, em termos de relações humanas, comunicação interpessoal, dialogo, respeito e, em resumo, é humanista, tendo nesta fase como única falha, o facto de estar rodeado de pessoas que querem mais fazer política partidária e não jornalismo dentro da Rádio.