Lisboa - O actual governador provincial de Malanje, Norberto dos Santos “Kwata Kanawa” declinou o convite que lhe fora formulado recentemente para dirigir o ministério da comunicação social (MCS) atrasando assim a uma aguardada remodelação do executivo central.

 Fonte: Club-k.net

“Não aceita ser subordinado de um  seu ex-inferior hierárquico”

A recusa de “Kwata Kanawa” que já foi o secretário de informação do BP do MPLA é remetida a convicções de que não aceita ser subordinado de Manuel Rabelais, um seu ex-inferior hierárquico, e de Aldemiro Vaz da Conceição, as duas figuras que controlam o sector da comunicação social a partir do palácio presidencial.

 

Ao tempo em que Norberto dos Santos “Kwata Kanawa”, era o responsável da informação do partido no poder, era ele que na estrutura informal do regime quem controlava o sector da comunicação social que tinha como ministro Manuel António Rabelais. Nenhum decisão tomada no MCS era feita sem o conhecimento de “Kanawa”.

 

Com a saída de Norberto dos Santos “Kwata Kanawa” para o governo provincial de Malanje, o poder do MCS ficou centrado na figura de Aldemiro Vaz da Conceição e de Manuel António Rabelais actual   Secretário para os Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa do Presidente da República.

 

O actual titular da comunicação José Luís de Matos passa por ser um ministro decorativo com competências limitadas. Quando há nomeações nos órgãos de comunicação social do Estado lhe é dado apenas o direito de indicar nomes para o conselho de administração agencia Angop. O resto fica a cargo de Aldemiro Vaz da Conceição (que controla o Jornal de Angola) e de Manuel António Rabelais (que controla a TPA e RNA.)

 

Sugerida extinção do MCS no quadro da reforma do Estado

 

Num debate realizado esta semana na Tv-Zimbo, sobre o estado da comunicação social, foi consensual que o MCS não desempenha papel nenhum e pode incluir-se no lote de departamentos ministeriais que podem ser extintos no quadro da reforma do Estado e da redução das despesas públicas.

 

Entre as incongruências da actuação do MCS, levantadas pelos analistas, conta-se a não actualização do Conselho Nacional da Comunicação Social, cuja composição resulta ainda das eleições de 1992 e cujo papel continua opaco, com os seus conselheiros a receberem regalias e mordomias sem qualquer papel de realce.