Luanda - O tribunal provincial de Luanda adiou hoje, a pedido da defesa, a sessão de alegações finais do julgamento dos 17 jovens ativistas angolanos acusados de tentativa de rebelião e atentado contra o Presidente da República.

Fonte: DN

A sessão, iniciada com uma hora de atraso, registou logo ao princípio um acirrado debate entre o advogado de defesa David Mendes e o juiz do caso, Januário Domingos, por o causídico se sentado no lugar da defesa, estando constituído declarante no processo.

O nome de David Mendes consta da lista de um suposto governo de salvação nacional, elaborada pelos ativistas, como presidente do tribunal de Contas, uma das provas do referido julgamento.

 

Por isso, o tribunal impediu David Mendes de fazer as alegações finais, tendo sido indicado pelo advogado o seu colega Nzola Bambi, em sua substituição.

 

Segundo Nzola Bambi, "após profunda reflexão", a defesa decidiu requerer o adiamento, face à sua ausência por dois meses do julgamento, em missão de serviço.

 

"Sendo as alegações parte importante para a defesa dos réus, para que não se faça a mesma de forma improvisada, sem a preparação necessária vimos requer o adiamento para que em condições e de forma condigna se possa realizar", solicitou Nzola Bambi.

 

Sobre o requerimento, quer o Ministério Público quer o tribunal consideraram-no uma manobra dilatória.

 

A sessão foi adiada para a próxima segunda-feira, às 10:00 (menos uma hora em Lisboa).

 

À saída do tribunal, David Mendes disse à imprensa que o que o tribunal pretendia, não conseguiu, ou seja, a sua transformação do advogado em declarante.

 

"Terminou a produção da prova, era a altura das alegações e como sabiam qual seria a minha provável linha das alegações o juiz entendeu que eu não deveria ser o advogado a apresentar as alegações, por essas razões o nosso escritório preferiu adiar o julgamento, para que a pessoa que vai vir defender se prepare melhor", disse David Mendes.

 

O advogado reiterou que não vai responder ao tribunal, a menos que seja levado sob custódia, preferindo ser julgado do que comparecer voluntariamente.