Lisboa - A diplomacia angolana denunciou esta semana  a "ingerência da União Europeia nos assuntos internos de um Estado soberano", numa referência à declaração conjunta de 29 de Março da UE e da embaixada da Noruega em Luanda, emitindo "reservas" quanto ao respeito pelas "garantias processuais e o princípio de proporcionalidade" em relação ao recurso que a defesa dos 17 activistas condenados anunciou apresentar.

Fonte : RFI

A eurodeputada socialista portuguesa Ana Gomes, que visitou Angola em 2015 foi uma das mentoras da resolução da União Europeia condenando a violação de Direitos Humanos em Angola, considera que "Angola não vive em democracia , vie em cleptocracia e os tribunais são orgãos que se prestam a ser manipulados pelo poder político ao mais alto nível...José Eduardo dos Santos".

 

Reiterando o que afirmou ontem o chefe da diplomacia portuguesa Augusto Santos Silva, Ana Gomes afirma que analisar a situação de Direitos Humanos num país "não é ingerência, mas uma preocupação e uma obrigação de todos os países".

 

Para Ana Gomes a sentença do caso Kalupeteka que deverá ser anunciada dia 5 de Abril deverá ser ainda mais "clamorosa" dada a interdição de observadores no local onde ocorreu o alegado "massacre" perpetrado em Abril de 2015 no Monte Sumi.