Luanda -  A crise que assola o país pode prolongar-se até 2020. A previsão é do economista Alves da Rocha que assenta a sua conclusão em estudos científicos
 
 Fonte: O País
 
Segundo o especialista, as previsões científicas não estão a favor dos optimistas. “As reflexões e estudos feitos na Universidade Católica dão conta que estas dificuldades podem prolongar-se até 2020”, revela.
 
 
O actual desequilíbrio económico que se faz sentir no nosso país tem vindo a causar drásticas modificações no quotidiano, que são evidentes na mudança de hábitos, redução do poder de compra, procura de produtos substitutos, inexistência de vacinas, escassez de recursos diversos, luta por divisas, fortes oscilações cambiais, desemprego, entre outros cenários nefastos. Porém, em tempo de crise, “Enquanto uns choram, outros enriquecem a vender lenços de papel”. Portanto, ao que parece, diversificar a economia é a grande solução para o problema.
 
 
O economista é de opinião que “esta crise é uma oportunidade para reformular o orçamento geral do Estado”. Segundo diz, o OGE é es-tipulado tendo por base o preço do barril do petróleo que, no ano passado, foi elaborado prevendo-se 81 USD/barril, apesar dos fortes indícios internacionais que mostravam que esse valor estava muito além da realidade.
 
 
O que se tem verificado no mercado petrolífero além fronteiras é que o preço do barril mantém-se variável, mas com uma constante, abaixo dos 40 USD. Os estudos previsionais feitos apontam a média para o ano de 2016 de 35 USD por barril de petróleo, ou seja, ao que parece, o nosso orçamento poderá pecar por 10 USD em excesso, o que tenderá a implicar negativamente na dívida pública do Estado.
 
 
O também professor universitário esteve nesta Quinta-feira, 31, no município do Lobito, a convite da Imogestin, para dissertar sobre o tema “Contexto Económico-Social e o Impacto no Mercado Imobiliário em Angola”, numa conferência aberta à sociedade civil. Na palestra, o especialista falou no desaparecimento tendencial do sector petrolífero e acrescentou ainda que “a diversificação da economia não é nada de mais, atendendo que o estado natural das economias é diversificarem-se”. 
 
 
Segundo Alves da Rocha “as economias não existem para estarem em crise, nem para estarem em constante crescimento”. Para ele uma das possíveis soluções para minimizar a carência e a escassez vivenciadas, poderá ser a intensificação da eficiência na cobrança de impostos, de forma a reforçar os cofres do Estado, sendo que o capital humano e os investimentos privados estrangeiros, caso cumprirem-se, ajudariam significativamente.