Luanda - José Eduardo dos Santos aprovou uma garantia soberana do Estado no valor de 325 milhões de dólares para cobertura da linha de crédito necessária para a reestruturação do Banco de Poupança e Crédito (BPC).

Fonte: Lusa

Segundo um despacho presidencial datado do final de Fevereiro, a que a Lusa teve hoje acesso, a emissão da garantia do Estado servirá para viabilizar a linha de crédito do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), no mesmo valor.

 

A decisão surge depois de, em Outubro último, o Ministério das Finanças (MINFIN) ter anunciado o apoio do BAD ao processo de reestruturação do BPC, através de uma linha de crédito para financiar o plano de desenvolvimento do banco público, e o alargamento da sua carteira de empréstimos para 800 milhões de dólares nos próximos cinco a sete anos.

 

O apoio, que agora passa a ter uma garantia do Estado, permitirá ao BPC conceder empréstimos direccionados a empresas angolanas dos sectores da água, agricultura e indústria.

 

A par do empréstimo, o BAD vai ainda apoiar o BPC na aplicação de um sistema de gestão de riscos.

 

Recorde-se que o Estado angolano tem em curso um processo de aumento do capital social do BPC para 700 milhões de dólares de forma a garantir a sua viabilidade.

 

Desse valor, o MINFIN já transferiu títulos do tesouro no montante de 270 milhões de dólares, segundo avançou, ainda no ano passado, Paixão Júnior, presidente do Conselho de Administração do BPC.

 

De acordo com o responsável, os outros dois accionistas do banco, o Instituto Nacional da Segurança Social e a Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas também vão "ajustar a parte correspondente a esta injecção de capital".

 

A recuperação do BPC depende ainda da elevação da liquidez do banco para 1,5 mil milhões de dólares.

 

“Conseguimos cerca de metade, falta a outra parte, por forma a que banco possa estar aceitável, [em condições] de funcionamento”, adiantou.