Zaire   - Antes de imergir neste tema, gostaria de falar dum jornal online que por sinal se denomina por Club.K. É um jornal online que permite o contraditório e esta atitude, permite a consolidação da democracia participativa na nossa sociedade.

Fonte: Club-k.net 

A um tempo atrás, ouvia a seguinte expressão: " não fala política ". E quando não falamos a politica, então outros (externos) falarão da política por nós, e estes o farão em função dos seus interesses. Por isso a dada altura da nossa Historia. O Angolano disse: " tenho que falar a politica", e quando o fez, houve a paz, deu-se o inicio do processo de conciliação e do desenvolvimento do país. Porque digo que em 2002, o Angolano falou a politica? A política no seu sentido lato visa o bem-estar social, ou a paz. E neste ano concretamente, as ideias dos Angolanos convergiram no sentido de haver a paz ou colocaram o país acima de todos interesses. Aliás a política não se resume em divergências, mais em convergência. Implica dizer quando não falamos a política, somos obrigados a ter intermediários ou mediadores. E quando falamos a politica somos nós os decisores, os árbitros, etc. E actualmente há uma ideia que está a tentar-se passar, que a solução das nossas makas (problemas) virá através da pressão externa. Quer dizer que, algumas mentes estão a tentar deixar de falar, a politica. Bem sobre a presidência do chefe do executivo tem se dito que está a "bastante tempo no poder", a questão que muitos se esquecem de se colocar é, porque? Analisemos o seguinte, em 1979, no ano que a sua excelência José Eduardo dos santos, sucede a sua excelência presidente António A. Neto, na presidência.

 

O país se encontrava em plena guerra civil, e esta situação se alastrou ate 1991, onde tivemos os acordos de Bicesse, um acordo que já tinha indícios de fracassar. Pois quando se assina um acordo para a paz efectiva, há uma unificação de forças armadas, que dizer, deixa de existir movimentos políticos com forças armadas. E neste acordo o que fazia a posição armada ao governo, manteve com as suas forças armadas. Deste modo a unificação que houve foi semi-parcial. Este acordo possibilitou a criação de uma ponte do comunismo para a democracia. Desta forma foi possível já em 1992, se realizarem as primeiras eleições em Angola, que foram sucedidas pela guerra civil. Agora me pergunto, será que o presidente tinha que se abdicar do poder, deixando o poder na rua? A resposta é não.

 

A guerra civil levou 23 anos (começando a contagem no ano de inicio de funções do presidente). A questão é, quanto tempo o presidente está no poder? O presidente está a catorze (14) anos no poder. Se fundamenta da seguinte forma, dos trinta e sete (37) anos que lhe é atribuído, subtraindo os vinte e três (23) anos de guerra civil (quer dizer, estes vinte e três anos que passou em plena guerra civil, serviu para apagar as chamas que estava arder no país, estes vinte e três anos serviu para inverter a ordem dos acontecimentos, pois nos campos de cultivo eram semeados minas e neste tempo tinha que inverter esta situação de modo que estes campos de cultivo passassem a ser usados para semear: feijão, a batata-doce, o milho, a cana-de-açúcar, etc.).

 

E se tem notado que muitos trabalhos de investigadores quer nacionais ou estrangeiras, tem tachado a presidência da sua excelência Jose Eduardo dos Santos, da mesma forma como de alguns líderes políticos quer Africanos e não só. E esta caracterização é falaciosa, porque o caso do nosso presidente é um caso específico. Vejamos por exemplo algumas lideranças Africanas, o Ex. Presidente Mubutu, o Ex. Presidente Kadaffi e outros líderes, que se diz que "estão e estiveram a bastante tempo no poder" nenhum deles enfrentou, uma guerra civil em vinte e três (23) anos. Importa aqui salientar que a guerra civil que passou em Angola teve uma abrangência nacional, quer dizer, não foi uma guerra numa só região, mais ao nível de todo território nacional. E foi uma guerra convencional e não convencional.

 

Por isso devemos entender que o que provocou que o presidente esteja este "tempo, no poder", é a guerra civil. Pois sê em 1992, não houvesse uma instabilidade pós eleitoral, de lá pra cá já haveria uma transição. Aliás as transições não são feitas quando existem trincheiras e barricadas. Por isso devemos tirar lições do passado, pois não há desenvolvimento nas trincheiras e nas barricadas, desenvolvimento há, fora das trincheiras e das barricadas. E quem se esquece do passado, tem a tendência de repetir os erros do passado.