Luanda -  Almir Silva, pai de uma das crianças que, nesta quarta-feira, sucumbiram no incêndio que deflagrou numa polémica creche do Kilamba, clama por justiça. O progenitor de Pedro Silva, 4 anos, considera que a morte do seu filho, assim como de outras crianças resultou de um acto de «negligência, pelo que todos os culpados devem ser responsabilizados».

*Ilídio Manuel
Fonte: Club-k.net

Incapaz de reprimir as lágrimas que, teimosamente, lhe escorriam rosto abaixo, Almir Silva afasta a hipotese de que o incidente tenha resultado de um curto circuito. «Não há indícios de queimaduras no quadro principal», sublinha.

 

Apoiando-se na versão de uma empresa que presta serviços técnicos de electricidade no Kilamba, defende que caso tivesse sido um curto circuito, os disjuntores do quadro teriam disparado automaticamente, o que, segundo ele, não foi o caso. Uma das versões sobre o incêndio postas a circular com alguma insistência nesta semana apontava no sentido de que o mesmo terá sido originado por «fogo posto».

 

Almir Silva afirma que o seu filho frequentava a referida creche desde meados de 2014, na companhia de mais de 20 crianças, mas que a maior parte delas desistira devido a «dificuldades financeiras». A dada altura «passaram a ser só 2 clientes ( o meu filho e uma menina). O outro rapaz, de 5 anos, que também foi vítima, era mais velho dos dois, era filho da babá da creche», esclarece.

 

Segundo dados disponíveis, a senhora que tinha por missão cuidar das três crianças encontrava-se ausente do apartamento, quando se registou o incêndio. As crianças terão morrido por inalação de gases tóxicos.