Huila - Aconteceu que no dia 06/04 /2016, realizou-se uma reunião de carácter extraordinária no CMP – MPLA, sob presidência do Senhor Administrador municipal José Arão Nataniel Chissonde, na qual convocou todos os directores das escolas do II Ciclo e técnico profissional, onde entre outros pontos abordados, determinou que todos os alunos do II ciclo e técnico profissional, devessem pagar uma propina no valor 3000kz/mês, cada aluno, dos quais, 2000kz, ficassem nas escolas e 1000kz para os cofres da Administração municipal que, segundo ele (Administrador), serviriam para a compra de combustível para a iluminação pública.

Fonte: Club-k.net

Ainda determinou que o aluno que não pagasse ate ao dia 11 de cada mês, não assistisse as aulas. No mesmo encontro, depois de ter notado a ausência do então Director da Escola de Formação de Professores (EFP) Dr. Abel Pedro que foi representado por um professor por ele (director) indicado, resolveu o senhor administrador suspender toda a direcção sem que estes fossem ouvidos e deu um recado que não voltasse a colocar na referida escola. Terminado o encontro, dirigiu-se a escota mesma escola onde levou essa nova direcção e a apresentou aos alunos e reforçou que o director anterior nunca mais voltava a meter os pés na instituição nem que fosse pintado de ouro. “Caso o dito director voltasse, ele (Administrador) deixaria de ser administrador do município”. Partindo deste dois pontos (propina e exoneração da direcção), os alunos pediram pela voz do seu presidente da associação um esclarecimento.

 

O Administrador, disse que já estava determinado e não havia explicações a dar a ninguém. Neste sentido os alunos revoltaram-se e protestaram contra essa nova direcção exigindo o regresso da direcção ora exonerada. Pela reacção dos alunos, a nova direcção não aceitou ser empossada, os alunos insistiram pedindo um esclarecimento e mesmo assim o administrador não dava importância, por essa razão, os presidentes da associação destas cincos escolas do segundo ciclo e técnico profissional reuniram e resolveram protestar frente a administração municipal de Caluquembe na sexta-feira por volta das 10h sem agressividade nenhuma. Onde só apareceram os alunos da (E.F.P). A pareceu depois de algum tempo Administrador adjunto, que prometeu dar explicações na segunda-feira seguinte, “mais lembrou ainda que nem pintado de ouro a exonerada direcção não voltaria a escola”.

 

Chegada a segunda-feira dia 11 de Abril pela 7h30, administrador visitou algumas escolas para reforçar as medidas tomadas no encontro os directores perante os alunos. Nesta mesma ocasião a ameaçou expulsar da escola um professor de Geografia por ser do Sinprof e Coordenador de Actividades Extra escolares, porque para o senhor Administrador terá influenciado a acção dos alunos e, desta forma os alunos da E.F.P. revoltaram-se ainda mais, reuniram-se com os alunos das outras escolas e todos concentram-se enfrente a administração municipal sem qualquer agressividade, nem insulto e/ou ofensas morais, apenas exigiam a abolição da propina e o regresso da direcção ora exonerada pelo administrador, isto por volta das 8h00. Quando eram volta das 10h00,apareceu a policia que quando se apercebeu que alguns alunos estavam a filmar e fotografar, prenderam cinco alunos e foram levados a esquadra policial, de seguida um grupo de alunos segue o carro que levava os colegas até a esquadra policial exigindo a libertação dos mesmos.

 

De tanta pressão e com ajuda do Soba a policia cedeu e os libertou. Os mesmos, uniram-se ao grupo que ficou na manifestação e com a ansiedade de todos, aumentou a euforia e sem qualquer ato de vandalismo (até porque no local da manifestação não se registou qualquer tipo de estrago por parte dos alunos). A policia vendo a euforia dos alunos começou agredi-los batendo com chicotes e com esta reacção da policia os alunos agarraram em objectos e contra-atacaram a policia. (lembrando que os alunos tinha idade entre os 13 aos 21 anos). Deste modo, como a policia não conseguia controlar ou dispersar os alunos por volta das 10h15 meteram-se em disparos que duraram até a chegada de dois helicópteros da policia nacional, vindos do Lubango por volta das 13h45,disparando no ar. Durante o acto, segundo os dados que se conseguiu recolher foram atingidos três alunos dois dos quais internados no hospitais da Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA) em Caluquembe e um outro elemento não identificado, em estado mais grave terá sido evacuado para Lubango.

 

Com a chegada dos dois helicópteros da policia, os alunos concentraram-se junto a estes para demonstrar a sua contestação. Dos dados registados são dois alunos internado no hospital da IESA, nomeadamente, Paulo Alfredo Cabral de 17 anos, filho de José Manuel Cabral e de Rosa Cabral, aluno do colégio novo horizonte no Caluquembe, curso de Ciências Económica e Jurídicas foi atingido na perna direita próximo ao joelho, mas já fora de perigo e Cecília Camia Francisco de 21 anos de idade filha de Francisco Mulelela Mateus e de Bernarda Malesso , aluna da Escola de Formação de Professores Dr. Abel Pedro, que foi atingida na coxa direita, esta que se encontra ainda em um estado mais delicado pois, a bala ainda não foi retirada. Segundo as enfermeiras que não que queriam identificar-se, havia um terceiro elemento que foi gravemente atingido ao pescoço que foi evacuado para o Lubango, este sem deixar registo junto do hospital, não sabendo se é ou não aluno.

 

Nota: Com a chegada da Delegação do Governo provincial da Huila liderada pela Sua Excelência senhora vice governadora Dra. Maria Tyipalavela, ouve um encontro com a comunidade em geral, onde essa mesma enfatizou a louvável ideia do Senhor Administrador em fazer cobrança desse valor (que considerou ser uma estratégia) para ajudar a melhorar as condições das escolas uma vez que o pais está em crise, sob pena de as escola que não pagarem esses valores, correriam o risco de fechar ou encerrarem. Mais entretanto aconselhou que para qualquer efeito houvesse um diálogo entre todas as partes que chegassem a um consenso com de modo a não prejudicar nem um, nem outro que não se fizesse nada por obrigação. Houve no entanto várias intervenções entre as quais de um professor sindicalista que rapidamente terá sido conotado pois o senhor Administrador municipal orientou que se passasse o nome do professor em uma lista a parte sem qualquer justificação.