Luanda - O Contabilista Nabeiro Mateus defendeu que seja feito um estudo pormenorizado ligado as políticas de pagamentos das taxas de recolha de lixo na capital, anunciadas recentemente pelo Governador da província de Luanda, Higino Carneiro.

Fonte: Angop
De acordo com o Contabilista há necessidade de se manter a cidade limpa, acção essa de higiene associada a redução das doenças e do elevado índice de mortalidade, mas os valores estipulados ultrapassam a capacidade financeira de grande parte da população considerada de baixa renda.

Sustenta que apesar de serem seleccionados os valores a pagar as áreas de residências e estes variarem entre 500 a 15 mil kwanzas, deve-se ter em conta dois pormenores sociais da vida do luandense, que em determinados bairros vivem pessoas de vários extractos sociais e por outra o salário mínimo nacional avaliado em 25 mil kwanzas.

Completa que os itens referenciados assim como a comparação do valor da cobrança da água e da energia eléctrica em relação ao dos resíduos sólidos devem constar do estudo social que carece este projecto, para que o programa possa ser exequível a todos os níveis.

“Imaginemos um morador da zona do Benfica que tem um salário avaliado em 40 mil kwanzas mensal, para não falar dos 25 mil, paga 10 mil de taxa do lixo, água, luz e outros imposto que o cidadão deve pagar, quanto tem o citadino para gerir outras despesas?”, sustentou .

Para ele, grande parte dos problemas citados pelo governador como a problemática da energia e água, a organização da venda ambulante, os transtornos causados pelas chuvas, a circulação automóvel fazem parte há muitos anos das agendas do governo da província de Luanda, no que toca a melhoria da cidade .

Nabeiro Mateus anseia que a nova equipa de Luanda consiga melhorar esta situação.

Municipes do Kilamba Kiaxi consideram alta taxa do lixo

Alguns cidadãos consideram a taxa para o saneamento básico proposta pelo Governo muito onerosa, tendo em conta a renda básica de muitas famílias. Zeferino Manuel, professor, residente no bairro Calemba II, Distrito Urbano do Kilamba Kiaxi, concorda que o cidadão deve contribuir para o saneamento básico, mas discorda com o valor da taxa devido ao rendimento de alguns cidadãos.

Disse que há funcionários que auferem um salário mensal de 25 mil kwanzas e com os valores que o Governo propôs terão dificuldades em pagar.

Maria António, moradora no condomínio de Rosas, também considera a taxa muito onerosa e sugeriu que fosse cobrada em função do número de pessoas numa residência, considerando que não será justo que uma família com três membros pague o mesmo que outra com mais.

Segundo ela, o que é pago para o consumo de energia já é elevado e se aumentar mais 15 para o saneamento básico, a situação pode se complicar.

Joana Domingos, residente no Condómino Jardim das Acácias, questionou-se se com a taxa para o saneamento básico, os moradores ficam isentos do pagamentos de outros valores para a manutenção e limpeza da área de residência.

Para Josias Caetano, morador no bairro Golfe, o Governo devia ajustar primeiro o salário dos trabalhadores que perdeu o poder de compra em função da inflação.

“ Houve aumento de preços, da taxa de energia e água, mas os salários continuam os mesmos”, reclamou e propôs maior fiscalização dos preço dos produtos, principlamente os da cesta básica.