Luanda - José Ribeiro, PCA da Edições Novembro E.P., atribuiu quarta-feira, durante a reunião com os jornalistas da redação central do jornal de Angola, que tinha como agenda de trabalho apresentação do novo administrador executivo para a área editorial e das estratégias do novo conselho, todas as falhas ao ex-DG adjunto do Jornal de Angola, Filomeno Manaças, que segundo ele pareceu ser boa pessoa de princípio.


Fonte: Club-k.net


Filomeno Manaça foi o único responsável pelas falhas da área informativa do J.A

A moda da fábula da onça e a lebre, José Ribeiro, cuja relação era por si só “muito azeda” com Filomeno Manaças, chegando ao ponto de não lhe passar nenhuma palavra e de permitir que seu assessor, Artur Orlando Queiroz, destratasse a segunda figura da Edições Novembro em plena redacção, despejou todo o “sangue” ao pobre ex-DG adjunto, ante as várias reclamações de pelo doze jornalistas que aceitaram falar durante o longo encontro de quase quatro horas.


As intrigas, falta de colaboração e de interesse, sobretudo por parte de jornalistas seniores, má qualidade do jornal que só serve para embrulhar peixe na Mabunda e o espaço do ministro disse e falou, entre outras situações desagradáveis são, para José Ribeiro, por culpa de Filomenos Manaças, um quadro do Jornal de Angola dado como estando a caminho do Ministério da Comunicação Social onde deverá ser nomeado director nacional de Publicidade e Marketing. Ao Filomenos Manaças, Ribeiro só faltou atribuir a autoria da subtração de dinheiros e do não pagamento da segurança social que pesa sobre si e seu administrador financeiro, Eduardo Minvu. José Ribeiro, uma afirmação unânime dos funcionários da Edições Novembro, foi o próprio que esvaziou a acção do ex director de informação, e confiou todos os poderes ao seu acessor, Artur Queiroz, a quem  o pca considera como um dos maiores repórteres do mundo, cujo regresso já foi vaticinado por algumas fontes, para desgraça de muitos jornalistas da Edições Novembro. Aliás muitas vezes questionou porque razão José Ribeiro confiou tantos poderes ao Queirós. Diz-se, a boca pequena, que é o Queirós que sempre escreveu os textos assinados por JR, e o assessor diz “se refilas, conto tudo”.


Sobre a segurança social, uma questão levantada por Fonseca Bengui, na qualidade de sindicalista, José Ribeiro tentou dar algumas explicações sobre as razões pelas quais a Edições Novembro E.P. não pagou em tempo oportuno os montantes, mas tudo foi de forma atabalhoada, como se todos os presentes fossem cegos, o que provocou certo desconforto por parte de Eduardo Minvu.


As intervenções dos jornalistas não se fizeram esperar depois das palavras do novo administrador executivo para a área editorial, Victor de Carvalho, que chegou a Luanda nos anos 90 e naturalizou-se angolano, tendo nos últimos tempos, ainda como adido de imprensa, se destacado nos escritos quase diários no Jornal de Angola, onde abordava temas africanos e assinava com o pseudônimo de Roger Godwin.


A jornalista Cristina da Silva, da editoria sociedade, num gesto de coragem, lamentou “a morte da criatividade” dos jornalistas que desde um tempo a esta parte passaram a receber ordens superiores para escreverem só e só se o pca autorizar.


Para um dos editor da sociedade, Izaquiel Cori, a preocupação do conselho passou a ser, somenmte, a presença dos jornalistas e não a produção, um facto observável na redacção central em que muitos profissionais, depois de assinalarem a chegada, passam a vida no facebook ou em conversas barulhentas.


Pereira Diniz, o chefe de reportagem, é o pombo correio, que volta e meia leva a mensagem se o jornalista fulano pode escrever sobre este ou aquele assunto. A resposta muitas vezes demora, porque o pombo correio pára pouco no jornal e para ser encontrado é necessário percorrer as tascas: Pingão, encerrado há poço, para tristeza do PD, na Maria, com relação azeda, ou no 25 de Abril, este última, o novo bebedouro. Quando a sorte bate-nos a porta, a resposta vem sem demora: o pca disse....


Num gesto de falta de elegância, José Ribeiro voltou a sacudir o capote, tal como fez com Filomeno Manaças, desta vez contra o seu pupilo que ele próprio transformou num menino de recados, que muitas vezes dá o seu show, mesmo sem o chefe dizer algo, ele canta a música que aprendeu no gabinete onde nem todos podem entrar: o pca disse.... Pura humilhação ao pobre PD, que durante as cerca de quatro horas de reunião, só se entregou aos sorrisos e quase que entrava por baixo das cadeiras.  


A colocação de um jornalista na secretaria de redacção, uma área chave, mas que apresenta muitas debilidades foi igualmente apresentada como preocupação. A questão foi levantada pelo Alberto Pegado, editor chefe das regiões, conhecido como um dos bufos do PCA, com um astral alto nos últimos dias pelo facto de, segundo informações, José Ribeiro ter-lhe-á prometido um posto. Para Alberto Pegado, que dispensa muitos minutos à fofoca, este jornalista iria cuidar das questões do fórum jornalístico e a secretária, Ana de Sousa “Nina” trataria das questões administrativas. José Ribeiro mostrou-se, talvez por ignorância ou embriaguês por explicações atabalhoadas, que tem pouco conhecimento sobre o conceito jornalista ao ponto de não poder distinguir este profissional, cuja função é produzir notícias e uma secretária. “Mas a Ana de Sousa não é jornalista”, questionou o pca que acrescentou que ela faz tão bem as coisas. Que coisas? questionaram em silêncio os “escribas”: gritar para os jornalistas, desligar o cabo do telefone impedindo contactos, dizer que a impressora não tem tonel para evitar que este ou aquele funcionário imprima um documento de serviço, e outras falhas.


Sobre a fazenda de que se diz ser proprietário, José Ribeiro negou, que nem o diabo na cruz, tendo acrescentado que pessoas de má fé pretendem juntar este facto com a acusação de desvios de dinheiros.


Disse não ser proprietário de nenhuma fazenda no Kwanza Sul, uma das únicas províncias, a para do Bengo, que o pca e o administrador financeiro, Eduardo Minvu, prestam uma pequena atenção devido aos favores que volta e meia os respectivos directores de incompetência reconhecida, Luís Pedro e Noé Jamba, prestam, tais como intermediar terrenos, compra de cabritos e outros bens que prontamente chegam a Luanda.


José Ribeiro tentou distrair a atenção dos cerca de quarenta jornalistas presentes no anfiteatro com palhaçadas e coisas triviais e esqueceu-se de trazer à discussão os verdadeiros problemas que a velha casa vive, como por exemplo, o “desemprego” a que muitas penas seniores foram votadas, porque as iniciativas pessoais foram, totalmente, vetadas.


Aos directores provinciais, Man Ribas, como também é tratado pelos bufos, em tom de ameaça, prometeu em breve, no âmbito dos encontros que estão agendados, atribuir-lhes a categoria de delegado “para a vaidade acabar”, para ver se melhoram. Falou de algum nível de desorganização que se regista nas províncias, cuja responsabilidade estava, no mandato passado, a cargo de Eduardo Minvu, que tinha como única preocupação andar ao encalço das tesoureiras das direcções provinciais, indicadas por ele, a troco de alguns favores íntimos, até com compromissos maritais.


Sobre a questão de admissões anárquicas, José Ribeiro citou como exemplo o ex director de Malanje, Filipe Eduardo, há cerca de nove meses em Luanda, a quem pareceu ter certa animosidade, que terá admitido um jornalista que segundo ele impedia que efectivos escrevessem.  Honorato Silva, editor dos desportos, falou da falta de uma pequena biblioteca, ao que José Ribeiro respondeu que já pensou trazer ao jornal de Angola alguns livros seus, mas não o fez por falta de espaço onde colocá-los, esquecendo-se, talvez por inocência ou incapacidade, que o que os jornalistas precisam é de material de consulta, entre dicionários, enciclopédias, glossários, mapas e outros, pertenças do jornal e ao dispor dos profissionais que volta e meia vêem as suas pretensões goradas pelo todo poderoso pca. Já no fim do encontro, depois de cerca de quatro horas de “blabla”, veio-se confirmar que se tratava, realmente, de uma palhaçada. O menino dorminhoco da redacção, Cândido Bessa, editor chefe de política, mesmo depois de ter dito que estava ultrapassado, resolveu contar uma estupidez que cheirou a graxa e bufaria, portanto a história de uma repórter que confundiu fuga de cérebro com ausência de juízo, numa entrevista concedida por um diplomata de expressão anglófona, uma anedota que só teria graça num ambiente da praça.