Lisboa - O português Pedro Durão Leitão, ex-administrador da PT, foi nomeado pelo Governo angolano para coordenar a comissão interina que está a gerir a estatal Angola Telecom, em processo de reestruturação.

Fonte: Economico/Lusa

A informação consta de um documento do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias da Informação, publicado a 11 de Maio, criando a comissão de gestão interina daquela empresa pública liderada pelo quadro português, para funcionar "enquanto são negociados o contrato de gestão e o contrato programa" com a nova entidade gestora da Angola Telecom.

 

Pedro Durão Leitão chegou a acumular, até final de 2014, funções de gestão na PT SGPS e na PT Portugal, devendo chegar a Luanda nos próximos dias.

A Lusa noticiou em Fevereiro último que o Governo angolano quer entregar a gestão da Angola Telecom e vai vender activos no âmbito do processo de reestruturação daquela empresa pública de comunicações e multimédia.

 

Por despacho presidencial chegou mesmo a ser criada uma comissão interministerial responsável por conduzir o processo de reestruturação, que prevê nomeadamente a identificação dos activos da Angola Telecom a alienar.

 

"Considerando que os objectivos do desenvolvimento socioeconómico do país reclamam pela necessidade de se conferir uma maior dinâmica ao processo de reestruturação da Angola Telecom EP, a venda de activos por si detidos em outras empresas e a terceirização da sua gestão, assente na partilha de riscos e benefícios que se revelam como as condições para a sua capitalização e aumento da eficiência da sua gestão, respetivamente", justifica o mesmo despacho, do final de Janeiro.

 

A Angola Telecom é uma empresa pública de telecomunicações e multimédia, fundada em 1992 após a fusão das empresas estatais ENATEL e EPTEL, disponibilizando serviços comerciais de voz e dados, mas com resultados financeiros sucessivamente negativos.

 

No âmbito da reestruturação da empresa, o Governo angolano define que a futura entidade gestora da Angola Telecom deve "assegurar a implementação de acções" para "estancar as perdas de quota de mercado", aumentar as receitas, diversificar a oferta de serviços, entre outros objectivos.

 

A entidade gestora e o contrato-programa de gestão deverão estar definidos num prazo de quatro meses, estabelece o mesmo despacho.

 

Em decreto presidencial, também de 25 de Janeiro, a administração da Angola Telecom foi já exonerada de funções, sendo a gestão da empresa garantida por uma comissão interina nomeada pelo Ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação.

 

Este processo de reestruturação prevê a capitalização da Angola Telecom "por via da venda dos seus activos" e a transformação da unidade Infrasat (que garante comunicações via satélite em todo o país) em sociedade comercial, avaliando neste caso a "pertinência da participação de capital privado" para o assegurar o seu desenvolvimento e crescimento.

 

A Angola Telecom tem a responsabilidade de o serviço de Televisão Digital Terrestre (TDT) angolana, anunciado anteriormente para chegar a 117 municípios do país até Junho de 2017, através de um investimento estimado superior a 300 milhões de euros.