Zaire - Na primeira abordagem sobre a arena política fiz questão de debruçar-me no conceito e na tipologia da mesma. E fiz questão de frisar sobre a importância capital das arenas políticas.

Fonte: Club-k.net

Agora esta segunda abordagem terá um enfoque em como podemos fazer uso desta ferramenta, a fim de pudermos consolidar as nossas instituições, porque não, mantendo informado a sociedade.

Partindo do principio que as arenas politicas são espaços que visam fazer a politica. Elas, para quem necessitam de conquistar os que legitimam visa apresentar os seus programas e avançar factos que podem desacreditar aquele que foi legitimado, fazendo com que perca o apoio do eleitorado. E quem foi legitimado para governar em função do mandato que obteve através do sufrágio universal, tem a função de manter informado este eleitorado de modo que persista esta confiança, a fim que não sejam manipulados a ponto de mudar de rumo.

A questão é, como proceder para que este eleitorado mantenha-se informado a ponto de não puder ser manipulada? A resposta é usando as arenas políticas. E as arenas políticas têm duas vertentes: a primeira visa informar, esta informação é uma propaganda (segundo a Wikipédia o termo propaganda tem a sua origem no gerúndio do verbo latim propagare, equivalente ao português propagar, significando o ato de difundir algo) e a segunda é a contrapropaganda que é uma ferramenta que visa anular os efeitos de uma outra propaganda.

Deste modo ao fazer-se o uso das arenas políticas quer seja virtual ou física, há uma necessidade que elas tenham estas duas vertentes, pois estes dois elementos são cruciais para manter informada a sociedade. Agora vivemos numa conjuntura onde o advento da "vassoura" é um facto e os seus indícios já estão bem visíveis. Há uma necessidade de manter-se informada a sociedade de modo a não existir orifícios que depois podem… mas a questão que se coloca é a seguinte, como estamos neste aspecto? Penso que estamos a caminhar, mais em função da conjuntura actual, há uma necessidade de caminharmos com passos largos, para que não ocorra… implica dizer, se deve informar, informar e informar, mas também contrapropagandar, contrapropagandar e contrapropagandar.

Actualmente já é um facto concreto sobre o uso de arenas políticas. Mas o problema é, quem tem absorvido estas informações? Será que, considerando o nível de escolaridade e de alfabetização que existem actualmente, permite que todos absorvem estas informações? Então há uma necessidade de estes debates descerem ao nível das massas, para que a informação passe. Nos debates onde são abordados os problemas mais candentes e não só, faz-se o uso de que língua? E qual é o alcance dos meios que divulgam estas informações nas populações?

Sou apologista de que há uma necessidade urgente de os debates em meios de comunicação convencionais e não convencionais também passem em nossas línguas nacionais. Por exemplo se tivermos ou temos temas mediáticos, e em uma arena politica se convida um jurista, economista, sociólogo, etc. A fim de interagir com a sociedade estes factos em nossas línguas nacionais, esclarecendo estes assuntos mediáticos que tem sido objecto de várias especulações quer ao nível interno e externo, terá resultados positivos. E as vezes tenta-se passar a informação que questões económicas, jurídicas, etc. Só podem ser abordados em língua portuguesa, Francesa ou inglesa e a demais línguas internacionais   e não nas nossas linguas nacionais, e esta tese     cientificamente não tem nenhuma sustentação. Pois qualquer assunto quer seja científico ou não pode ser abordado em qualquer tipo de língua.

Actualmente existem emissoras ao nível comunal, municipal e provincial, há uma necessidade que elas promovam debates de assuntos mediáticos e não só, em nossas línguas nacionais, também em palestras, conselhos consultivos, etc. Agora, em função da especificidade de cada região há uma necessidade que elas passem em línguas nacionais das respectivas regiões. De modo a permitir que a informação esteja ao alcance de todos.

Mesmo os debates que são realizadas em arenas políticas em língua oficial. Elas não devem só ser ouvidas, mas entendidas. Por exemplo se um jurista, economista, etc. Faz o uso de arenas políticas, primeiro há uma necessidade de o mesmo saber qual é o alvo desta informação. Pois numa conferência de pessoas ligadas a uma determinada área de formação a linguagem pode ser técnica, pois neste contexto a informação é entendida. Mas em palestras, conselhos consultivos, etc. Este mesmo actor deve fazer o uso de uma linguagem que permite com que a informação seja descodificada. Pois se o receptor não consegue descodificar a informação, logo não houve a comunicação. Aliás a informação é uma ferramenta essencial para a consolidação da estabilidade e do progresso.

Pois se a informação não é descodificada, há possibilidades de esses receptores absorverem informação não real, sobre este ou aquele assunto através de outras fontes. Deste modo quando a informação não é difundida usando as arenas políticas, se cria ou se dá espaço para especuladores, e a informação por parte da entidade competente quando não chega aos que legitimam é por outras palavras dar-se tiro nos próprios pés ou é dar munições para canhões da... hum como eles agradecem esta gentileza... Por isso há necessidade de inversão do tratamento que se tem dado a informação, pois a omissão em certa medida podem tornar-se irreversível a ponto de desencadear uma reação em cadeia e permitir a ocorrência do efeito borboleta. Aliás é um erro crasso pensar-se que a guerra fria tivera terminado lá nos anos 90, ela simplesmente mudou de figurino, e esta bem patente até nos dias de hoje, e continuará a sobreviver enquanto puder e a provocar... nas nações mais frágeis... é o status quo...

Em suma se deve fazer-se o uso das arenas politicas em nossas línguas nacionais e oficial. E é necessário que pelo menos, trimestralmente ou semestralmente haver interacção entre o cidadão e a entidade que foi legitimada para governar através de arenas políticas, ao nível de bairro, comuna, munícipio, província e nacional,   usando as nossas linguas nacionais em função das especificidades de cada região. Pois desta forma será proveitoso para nós como para as gerações vindouras. Aliás alguém já tivera dito que devemos deixar um mundo melhor.