Luanda - Ao longo dos tempos, a dúvida sobre os fenómenos naturais beneficiava ao homem uma curiosidade exclusiva, todavia, o homem apertado pela tensão advinda de tais mistérios que aterravam na terra, induzindo – lhe abalo e pavor sem resposta ao longo do percurso da vida repercutia – se no homem a busca de soluções face as adversidades que sitiavam os factos.

Fonte: Club-k.net

O homem, vendo – se solitário nesta longa marcha da vida, não tardava em chamar em socorro as forças sobrenaturais para responder as hecatombes que amarguravam a vida, pela ironia do destino, nesta época, tudo quanto de infeliz suscitasse no homem tinha um acto acusatório depositado na pessoa dos deuses. Todavia, o homem sempre diligenciou escapatórias adequadas face às revés quotidianas, carecendo de uma elucidação franca no que tange aos factos desenvolvidos na natureza, atribuía a génese desses prodígios um envolvimento sobrenatural, é neste prisma cósmico que sobrevém a religião como aro de ligação entre o homem e um deus supremo com intuito de dar resposta a todas contingências que assolam o seu percurso.

 

DEFINIÇÃO DE RELIGIÃO.

RELIGIÃO: especulam-se várias origens etimológicas. Compreendendo um conjunto de sistemas culturais e de crenças, além de visões sobre o mundo, que estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e seus próprios valores morais.

 

O SURGIMENTO DA RELIGIÃO.

O REAVIVAMENTO da religião”, foi a mensagem de um artigo da The New York TimesMagazine. O artigo mostrava que a religião pelo visto ainda exerce forte domínio sobre o coração e a mente de milhões de pessoas. Assim, pode ser difícil crer numa iminente mudança radical no panorama religioso do mundo

A religião constitui uma babel de culturas agregadas numa só esfera, a religião abarca uma diversidade de símbolos, crenças, valores, leis, visões sobre o mundo, e a própria vida, a religião visa dar sentido ao quem somos nós? De onde viemos? E para onde vamos?

No seu sentido lato a religião é uma crença vinculada ao homem com a qual cresce e se revê no âmbito do seu quotidiano, assim nem toda a religião encontra em Deus – Ente – enquanto – Ente a sua força motriz de subsistência, há religiões que buscam deuses inertes, há outras que buscam lucifer o diabo, o satã, pois que as suas obras justificam o deus que os guia, e encobrem seus actos atribuindo a sua execução a uma divindade suprema, daí que nem toda religião é digna de ser seguida, e nem toda religião professa o Deus dos altos céus, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, de Jacob, de Noé, de Elias, de Enoque, o Deus da Nova Jerusalém, o Deus coexistente numa trindade onde Cristo e o Santo espíritos são divindades intrínsecas, há muitas religiões que ocultam os seus verdadeiros legados passando a imagem de Cristo e os seus princípios, porém, em sua profundeza vive um deus pagão. Pois que, é pelas obras que se justifica a missão.

O estudo sobre a origem da religião tem sido um trabalho árduo, pois requer uma leitura muito aprofundada tornando a pesquisa exaustiva e específica, uma vez que a pesquisa refere-se há um tempo que não era provido de documentos escritos porque o homem primitivo do Paleolítico Superior ainda não tinha desenvolvido a escrita, suas representações não-verbais eram através de símbolos em blocos rochosos conhecidos como arte rupestre, termo consagrado para indicar as primeiras formas de escrita pré-histórica em que continha tanto gravura como pintura configurando elementos da natureza como imagens de zoomorfos, ou seja, figuras de animais; imagens antropomorfas, ou seja, figuras humanas ou partes dela como as mãos.


Quando se trata da questão da origem, pessoas de diferentes religiões pensam em nomes tais como Maomé, o Buda, Confúcio, Martinho Lutero, Henrique Calvino, e Jesus Cristo. Em quase toda religião existe uma figura central a quem se dá o crédito de ter estabelecido a verdadeira fé.

O SURGIMENTO DO CRISTIANISMO NO MUNDO.

O Cristianismo surgiu na Palestina, um território dominado na altura pela hegemonia imperial romana. Nesta época, os Judeus ansiosos estavam em busca da vinda de um messias “o enviado de Deus – ente – enquanto – ente”, que de então, seria o factor condiction cine qua non para arremesse – los longe das mãos da escravidão romana.

Esse Messias, tanto esperado há séculos, sobreveio à face da Terra, porém, ninguém o admitiu, foi injuriado, abandonado, acabrunhado, de então, os próprios judeus que tanto sentiam a ânsia em tê – lo a percorrer os píncaros das artérias e veias dos seus desejos, são os mesmo que o inutilizaram e maltrataram – no, com acusações injuriosas que dão – se por continuadas até aos dias de hoje, tratando – o de ser um impostor e não sendo o messias que até hoje esperam.

Por ter sido má compreendido por Governantes e doutores das Leis judaicas na altura, Cristo foi julgado pelo sacerdote chefe, em gesto de impor uma acusação forçada na pessoa de Cristo, uma vez que não encontravam culpa alguma para matá – lo, o Sacerdote Chefe dirigiu à Cristo como gesto de injúria a seguinte questão: ÉS REALMENTE O FILHO DE DEUS E REI DOS JUDEUS?

E Cristo, retorquiu dizendo: sim, e foi acusado de blasfemar, ao se intitular Deus.

Razão mediante a qual, Cristo foi julgado, tendo passado por Pôncio Pilatos, o qual era o governante da província romana da Palestina. O governador acusou – o de estar a trair Roma ao auto – intitular – se de ser rei.

 

Jesus foi zombado, martirizado e foi – lhe colocado à cabeça uma coroa feita de espinhos. Pôncio Pilatos, colocou Jesus ao lado de um criminoso chamado de Barrabás, e ordenou que a multidão, que assistia a tudo, escolhesse a quem lhe cabia a liberdade. O povo clamou em voz alta a morte de Jesus, com efeito a liberdade de Barrabás, o salteador, o assassino, o ladrão.

Jesus foi crucificado, uma pena costumeira dos romanos, utilizada para criminosos. Jesus morreu na cruz, tendo afirmado até o derramar das últimas gotas de sangue, de modo pertinaz ser filho de Deus altíssimo.

Porém, Jesus ressuscitou entre os mortos. Suscitou fama na Palestina, o que fazia com que seus seguidores o adorassem ainda mais.

Pouco tempo após esse acontecido, o cristianismo chega na cidade de Roma, por meio de seus propagadores. O principal deles foi Paulo de Tarso.

Em Roma, os cristãos foram inicialmente perseguidos por muitos, uma vez que a religião oficial do Império Romano era o Politeísmo, cultuado pelos imperadores.

Porém, depois de muito sofrimento e rejeição por parte dos cristãos, um imperador romano chamado Constantino, foi se convertendo gradativamente ao cristianismo. As razões que levaram – lo à conversão, são uma questão de extensivos debates por parte de teólogos e historiadores a fins. Todavia, há escritos que narram essas razões expressando que constantino quando situado numa forte e temida batalha, encontrava – se prestes a ser derrotado pelas hostes inimigas, quis o acaso que tal não sucedesse, deveras, teve uma visão sobre a cruz, a qual é um dos símbolos da morte de Cristo no carvário.

Pela ironia do destino, Constantino triunfou na guerra, nesta altura decidiu de forma definitiva seguir o Cristianismo, foi a partir de então que o Cristinianismo tomou o palco do império Romano, tendo - se alastrado para os arrabaldes dos países adjacentes até aos confins da Terra.

 

A REVOLUÇÃO NO SEIO DA IGREJA CRISTÃ.

Naquela época a única igreja Cristã que dominava a face da Terra era a Igreja Católica, deixada pelos apóstolos de Cristo.

Aquilo que a história viu e ouviu sobre essa igreja, fala a favor de uma igreja que resplandecia como o esplendor do sol, iluminava e aluía a marcha do mal em todos os domínios da humanidade, servindo – se de exemplo de santidade, amor, caridade, bondade, paz e da busca incansável da fé em Cristo Jesus, o filho unigénito de Deus, o Pai altíssimo.

 

Com a marcha do tempo, a missão da Igreja começou a ser transgredida pelos seus lídimos dirigentes, tomando em alto os contornos contraditórios à vontade de Deus, razão mediante a qual Martinho Luthero, havia refutado com intensidade a Igreja Católica na altura, tendo dado lugar ao surgimento do protestantismo.

 

COMO ESTÁ A IGREJA CRISTÃ AOS NOSSOS DIAS?

Nos nossos dias, assistimos, vemos, e ouvimos repetidas vezes actos que tomam o peso da evidência contrária a vontade de Cristo a ocorrer nas Igrejas de hoje. Igrejas essas que servem – se da pessoa de Cristo para enaltecer os seus interesses primeiros.

 

Ouvimos recentemente a história de um sacerdote que acusava – se de imitar Cristo ao andar à cima das águas sem naufragar, porém, ao pôr em práxis este milagre a infelicidade tomou conta dos seus desejo e era engolido pelas águas, chamando de súbito em socorro aos crentes que assistiam relutantes ao milagre que há cerca de dois milénios foi apenas efetuado por Messias, não obstante, os espectadores do milagre tiveram de acudir ao infeliz e tirará – lo do vale da morte.

São tantas as circunstâncias, tantos os contornos nítidos que definem a geografia física da religião aos nossos dias, parece estar mais a quem da vontade dos homens do que um propósito de Cristo. Como resultado desse processo degradante que assola a igreja hoje, é o surgimento de uma sociedade à margem da lei Cristã, uma sociedade isenta de amor ao próximo, isenta de solidariedade, uma sociedade onde a maldade assume o comando de quase tudo e de todos, lá onde a luz de Deus não impera o Diabo assume.

 

É preciso que as igrejas de hoje, meditem sobre o seu perfil, de onde vêm? E para onde vão? O que desejam, de então? o mundo ou à Cristo? Cristo dizia, o joio e o trigo não se misturam. Se és da luz sirva à luz, se és das trevas sirva as trevas, nenhum homem pode servir a dois senhores.

 

Dirigir um mundo algemado na penumbra do fanatismo é das coisas mais fácil de se fazer, muitas das igrejas de hoje, inocularam o fanatismo aos seus crentes, neste prisma, aproveitam – se do fanatismo que encontra nos seus crentes um espaço útil de existência, não obstante, impingem a todo custo o cumprimento de regras escrupulosas concebidas pela sua força pensante, dirigindo leis anti – bíblicas cujo teor tem um faro dos ingredientes de criações próprias de seus mentores.

 

Mas para onde vai a igreja de hoje? A igreja que ontem era significado de santidade? De pureza? Do bem? Onde vai a igreja de hoje? Que sentido de causa tem a igreja hoje? São questões que necessitam ser meditadas, pois que a igreja é epicentro da vida, a esfera fundamental da cultura sã e coerente da humanidade, se igreja peca todo mundo falha. A igreja é o alicerce da humanidade.


Um exemplo prático em torno desta plenitude erronia da igreja hoje, é a questão Kalupeteka, cujo lema visava defender objectivos peculiares a seu fundador, em prol de seus interesses privilegiados, neste mar de ideias, a religião Kalupeteka é fruto de um orgulho na conquista de valores intrínsecos, ininteligíveis pela maioria dos que hoje julgam este fenómeno, Kalupeteka em benefícios das suas proezas carnais e profanas, transformara a sua religião num abismo ao conduzir os crentes aos montes em prol da espreita do fim do Mundo encontrado nos sonhos, a seita Kalupeteka causou um impacto inconsciente aos seus seguidores em que obrigava as crianças a não frequentarem as instituições de ensino alegando que Cristo não passou por escola nenhuma, atribuindo à instrução um perfil diabólico, de então se estudar serve apenas para homens profanos e do mundo como é que o Sr Kalupeteka lia as sagradas escrituras bíblicas? Como é que dirigia o seu sermão? Como é que louvava a Deus? Esquecendo – se de que foi a insistente revelação de Deus aos judeus que deu lugar ao surgimento da escrita judaica, daí o termo escriba, que significa escrivão, colocava seus seguidores a quem das épocas primitivas, impingindo a venda de seus recursos materiais e aceitação de uma marcha em fileira indiana ao encontro de Cristo que viria aos montes, tal quanto lhe era revelado em seus sonhos, Kalupeteka transmitia uma inversão do relógio biológico aos seus crentes, para eles o dia era visto como sendo noite e a noite como sendo dia.

QUE MISSÃO DEVERIA TER A IGREJA CRISTÃ NOS DIAS DE HOJE?


Uma igreja cristã, deve ser emissária da paz, do bem, deve a todo custo tirar almas perdidas no pecado e formatá – las para o bem, a igreja deve ser uma oficina de virtudes, capaz de se constituir numa estrela cintilante no firmamento universal. Tal quanto Cristo disse a Nicodemos que tinha de renascer, a igreja teria hoje de renascer.

Esquecer – se dos interesses materiais, o dinheiro, as coisas deste mundo, lembrando – se que, Jesus foi tentado pelo Diabo no deserto durante 40 dias e 40 noites para que fosse - lhe dado todos os bens quanto o mundo tem e Jesus negou, a igreja deve ser humilde, não interesseira, não preocupada com o luxo, os carros, pois que as riquezas pertencem ao mundo e o mundo pertence ao Diabo, e não a Deus, não é a toa que Cristo quando havia sido avistado por um mancebo rico, o qual perguntou - lhe do que fazer para herdar o reino de Deus, Cristo respondeu dizendo: venda tudo quanto tens, doa aos pobres e siga – me, o mancebo tendo refutado isso Cristo disse: É MAIS FÁCIL O CAMELO PASSAR POR FUNDO DE UMA AGULHA DO QUE O RICO ENTRAR NO REINO DOS CÉUS.

A igreja hoje deveria estar comprometida com o reino de Deus, e não o contrário, a Igreja deve ser a defensora fiel do bem, deve ser a que condena veementemente o mal, fazendo cumprir os princípios bíblicos deixados por Cristo, a Igreja não deve aliciar a violência, a igreja deve fazer face a todas as artimanhas em defesa do bem e da integridade social, a igreja não deve causar mártir psíquico para o mundo, a igreja não deve ceifar vidas, a igreja deve ser o legado de Cristo que veio ao mundo sacrificando a sua própria vida em prol da humanidade.

Bem-haja.

João Hungulo.

Scire tuum nihil est, nisi te scire hoc sciat alter.

Persio, Sátiras, I.27