Luanda - As angolanas e os angolanos acordaram estupefactos com as notícias de que Laurinda Gouveia e Rosa Conde estavam a sofrer cada vez mais com a violência, O Bloco Democrático - BD, não pode como partido político que procura servir os interesses do povo angolano, deixar passar as trágicas notícias que nos têm estado a chegar, com choros e lamentos pela continuada violência do regime.

Fonte: BD

Apesar de oficialmente o Estado Angolano, e por consequência o Presidente José Eduardo dos Santos do MPLA, terem sido eles mesmos os subscritores de vários acordos internacionais na área dos direitos humanos e tendo inclusivé cadeira de destaque nas mais altas organizações mundiais para os direitos humanos, a verdade que o povo vê é que os direitos humanos em Angola têm Secretário de Estado mas é só falar e pouco de real fazer. O povo na realidade não sente melhorias e com isso fica agastado!

 

É trágico saber que a activista cívica Laurinda Gouveia que com tanta frequência provou ao longo dos anos ser uma pessoa humana, preocupada com o seu próximo, tenha sido vítima de um dos actos da mais violenta acção de espancamento policial, onde segundo os seus relatos vários agentes da polícia a torturaram por espancamento; provas com as fotos também que a mesma consentiu apresentar ao povo angolano e ao mundo. Até hoje, não se escutou do executivo de JES MPLA uma palavra que seja para trazer justiça a esse dia!

 

Não deixa de ser trágico que o mesmo partido da situação que nos últimos anos se tem procurado projectar como um partido preocupado com a mulher, esteja ele mesmo como executivo governativo a permitir que Laurinda Gouveia e Rosa Conde sofram violência numa instituição de detenção do Estado.

 

Igualmente não deixa de ser trágico que o partido da situação continue na mesma via a permitir a violência às zungueiras, às camponesas e não esquecendo a violenta represenção nas Lundas (revolta das mulheres) e o até hoje mal explicado caso do Monte Sumi Kalupeteka onde terão sido mortas mulherese crianças.

 

Diante de toda esta situação, JES MPLA estão hoje cada vez mais afastado da sua própria massa militante, que olham assustadas para um regime que fala doce mas bate feio, para usar a gíria do povo. Desta forma, os próprios militantes do MPLA se estão a afastar, pois não é a violência o que desejam, querem a estabilidade que JES MPLA continuam a não querer abraçar.

 

O Bloco Democrático condena veemente a violência a que têm sido alvo Rosa Conde e Laurinda Gouveia, e apela a JES MPLA que façam com urgência uma mudança de rumo, de caminho, para um caminho seguro para uma Angola melhor. Apelamos igualmente a todas as forças vivas do povo angolano para que das mais diversas formas pacíficas e legais apresentarem o mais sentido grito de aflição, para que JES MPLA percebam que Angola diz basta à violência à mulher!

 

O Bloco Democrático acredita ser importante pressionar JES MPLA:

1. libertar imediatamente os 17 jovens e Dr. Mavungo;
2. anunciar um plano sério de emergência para a saúde, exigência já feita pela sociedade civil através dos activistas cívicos Central Angola 7311;
3. anunciar ao povo que não se voltará a candidatar em 2017 e que não irá empurrar seus familiares ou seus delfins ao país e ao MPLA;
4. ordenar o fim imediato de todas as perseguições a activistas, ONG, associações e partidos políticos, sociedade civil em geral;
5. anunciar que a CNE e as eleições passam a estar sob controlo independente, deixando de ser partidária;
6. anunciar eleições de autarquicas para o poder local este ano de 2016, a formula certa para o combate ao lixo e outros sofrimentos nacionais ao nível local;
7. anunciar eleições sérias para 2017, dando total liberdade, oportunidade e direito de antena a todos os partidos políticos para fazerem as suas campanhas e realizarem o seu trabalho de mobilização.

Existe sim um rumo, um caminho para uma Angola estável e boa de se viver para todos, é preciso que JES MPLA abracem este caminho onde todos sairemos ganhadores.

Mas até lá, continuaremos sim a pressionar e por isso e tudo mais, somos todos sim Rosa e Laurinda! Vivam as nossas heroínas!

 

LIBERDADE, MODERNIDADE E CIDADANIA

Luanda, 16 de Maio de 2016.