Londres  – O Fundo Soberano de Angola (“FSDEA” ou “Fundo”) divulgou hoje uma actualização da sua carteira de investimento do ano transacto até ao período de 31 de Dezembro de 2015. O FSDEA também anunciou que, no ano transacto, foi autorizado pelo Ministério das Finanças de Angola a aplicar as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) na sua contabilidade financeira.

Fonte: Club-k.net/FSDEA 

Nota de Imprensa

Actualmente, o Fundo segue o Plano Contabilístico das Instituições Financeiras (CONTIF) na preparação da sua contabilidade financeira, mas a instituição prevê passar aplicar as IFRS a esta actividade até 2017. Esta mudança tornará as suas demonstrações financeiras comparáveis, acessíveis, consistentes e elucidativas para os analistas, pesquisadores e entes interessados das várias jurisdições onde investe. As IFRS são consideradas as normas de relato financeiro mais rigorosas da actualidade. Esta transição conforma-se ao anúncio de 2014 do Banco Nacional de Angola, a entidade responsável pela regulação do CONTIF, que orienta todas as instituições financeiras angolanas iniciar a adoção do IFRS em 2016.

 

José Filomeno dos Santos, PCA do FSDEA declarou: “Em junho de 2014, o Banco Nacional de Angola divulgou o calendário nacional de implementação das IFRS, no âmbito da sua estratégia de reforço da supervisão do ramo financeiro nacional. Sendo o FSDEA parte da administração indirecta do Executivo, mas sujeito ao CONTIF, que é regido pelo BNA, o seu Conselho Consultivo autorizou a adopção de um calendário de implementação das IFRS alinhado ao das outras instituições financeiras do país. A aplicação de normas internacionais de contabilidade torna a análise do desempenho do FSDEA mais perceptível para os examinadores estrangeiros e facilita a captação de coinvestimento do exterior. Por outro lado, o uso de normas precisas, rigorosas e reconhecidas permite que o desempenho do FSDEA seja comparável ao de outros fundos soberanos a nível mundial.”

Apesar da auditoria anual independente das demonstrações financeiras do FSDEA de 2015 estar actualmente em curso, destacam-se a seguir os principais desenvolvimentos da sua carteira de investimento durante o ano transacto:

 

  • O valor atual líquido da carteira de investimentos do Fundo é de $4,7 mil milhões;
  • A carteira do FSDEA está diversificada internacionalmente e detém alocações aos fundos de capital de risco, à activos de renda fixa, à activos de renda variável, aos derivados financeiros e às moedas;
  • A alocação à fundos de capital de risco correspondente a 58% da carteira de investimento e visa o investimento directo em Angola e noutros países da África Subsariana:

o          19% dos $1,1 bilhões do fundo de infraestructura estão investidos em projectos localizados em Angola e no Quénia;

o          23% dos $500 milhões do fundo para o ramo da hotelaria estão investidos em projectos hoteleiros localizados em Angola e na Zâmbia;

o          10% dos $220 milhões do fundo de silvicultura estão investidos numa concessão de larga escala de eucaliptos em Angola;

o          2% dos $245 milhões do fundo de mineração estão investidos num projecto mineiro na Mauritânia;

o          12% dos $190 milhões do fundo de capital estructurado estão investidos num activo localizado na África do Sul;

o          As grandes alocações em Angola, previstas para os fundos de agricultura e de saúde, com um capital total de $465 milhões, serão estreadas durante o ano 2016.

o          Dos 2,7 biliões de patrimónios líquido alocado aos fundos de capital de risco, $407 milhões já foram aplicados em investimentos directos em Angola e na região Subsaariana de África.

o          O período de investimento do património líquido destes fundos de capital de risco é de 3-5 anos, ao passo que a duração da alocação pode ascender os 10 anos.

o          O FSDEA prevê que a alocação prevista de $3 biliões, de património líquido, para os sete fundos de capital de risco estará totalmente investida em 2020.

  • Os activos de renda fixa representam 23% da carteira de investimento do FSDEA e equivalem a $1,08 biliões:

o          Estão predominantemente localizados na América do Norte e na Europa;

o          49% destes activos são títulos soberanos e 19% são obrigações de empresas do ramo financeiro;

  • Os activos de renda variável equivalem a $799 milhões, ou 19% da carteira de investimento do Fundo, e estão centrados maioritariamente nos Estados Unidos da América e na Europa.

 

José Filomeno adiantou, “O Executivo completou a capitalização do FSDEA de $5 biliões em 2014. O visível progresso alcançado pelo Fundo nos três últimos anos incentiva-nos bastante. Apesar da volatilidade dos mercados internacionais, o FSDEA continua a investir o seu capital nos ramos económicos e classes de activos definidos pela política de investimento e pelo regulamento de gestão aprovado pelo Executivo angolano. Mais de metade da carteira de investimentos do Fundo Soberano de Angola está alocada a fundos de capital de risco, que visam realizar investimentos a nível nacional e regional. Esta aplicação de património líquido posicionará adequadamente o FSDEA, para gerar novas fontes de receita para Angola e expandir o desenvolvimento industrial nacional para além da exploração petrolífera”.

 

Desde 2014, o FSDEA tem vindo a estabelecer organismos de investimento colectivo (fundos de investimento), para desenvolver investimentos de capital de risco em sectores de alto rendimento em Angola e no resto da região Subsaariana. Actualmente, a sua alocação de $2,7 biliões a classe de capital de risco consiste-se no património líquido já realizado em sete organismos de investimento coletivo, certificados e regulados pela Comissão de Serviços Financeiros da Maurícia, para desenvolver oportunidades de negócio em ramos estratégicos para o desenvolvimento de Angola e da região envolvente. Estes ramos são os da infraestructura, do imobiliário, da agricultura, da silvicultura, da saúde, da mineração e do capital estructurado, que refletem o objetivo estratégico do FSDEA de gerar rendimentos para Angola ao longo prazo e beneficiar os cidadãos angolanos, através da preservação e criação de património público para as gerações actuais e as futuras.