Luanda - Valter Filipe, governador do Banco Nacional de Angola (BNA) acusa “grupos empresariais estrangeiros e bancos de matriz portuguesa de práticas de corrupção e de suspeitas de financiamento do terrorismo internacional”.

Fonte: Economico

Segundo a edição deste sábado do jornal Expresso o novo governador do banco central de Angola queixa-se de que o país “é uma porta frágil onde entra todo o tipo de risco financeiro”.

 

Especialmente duro com os bancos de origem portuguesa ou gerido por portugueses, Valter Filipe adianta que quer “adequar o seu funcionamento às normas prudenciais de Basileia e alinhar com a Reserva Federal dos Estados Unidos (FED) e o Banco Central Europeu (BCE) para assegurar estabilidade monetária e cambial”. As declarações de Valter Filipe foram proferidas durante a apresentação do plano de reestruturação do BNA.

 

O governador do banco central angolano mostra-se ainda agastado com o facto de “70% das empresas do mercado angolano serem detidas por emigrantes de origem duvidosa” e atribuiu a bancos controlados por gestores portugueses alegados desvios de divisas para o mercado paralelo e prática de lavagem de dinheiro.

 

Valter Filipe diz ainda que não tem condições para desempenhar as suas funções devido à incapacidade da instituição (BNA) "exercer o papel de regulador e supervisor" do sistema bancário em Angola. Com o país marginalizado pelo sistema financeiro internacional, o governador confessou que "depois dos doláres" Angola agora corre o risco de "deixar também de ter acesso a euros".