Benguela - Francisco Eduardo Minvu, até bem pouco tempo administrador para a área Financeira e do património das Edições Novembro, empresa pública do sector de comunicação social que controla os títulos Jornal de Angola, Jornal do Desportos, Jornal de Economia e Finanças e o Jornal Cultura, e que simultaneamente coordenava as direcções provinciais deste órgão, é descrito como uma pessoa fomentadora de intrigas no seio destas.

Fonte: Club-k.net

Fonte seria revelou que Eduardo Minvu, que no actual conselho de administração da empresa controla o pelouro das Finanças, segurança, equipamentos e instalações, compra e aprovisionamento e Relações Públicas, enquanto coordenou as direcções provinciais tinha como única preocupação andar ao encalço das tesoureiras. Muitas delas, indicadas por ele.

Em Malanje, por exemplo, onde até hoje tem como coqueluches a jornalista Luísa de Fátima Victoriano e a tesoureira Yolanda Celeste Dias, Minvu tem embaraçado a vida do actual director provincial com o proteccionismo que lhes dá, sobretudo à primeira.

Ao que se apurou, Francisco Curihingana, que dispõe nessa altura de apenas um repórter, o jovem Venâncio Maxinde Victor, tem recorrido a outros funcionários em serviço na direcção, como os fotógrafos Eduardo Pedro e Genivaldo Fonseca, assim como ao agente Adriano Sapalo, para as coberturas jornalísticas.

“Consciente do proteccionismo que Luísa Victoriano tem a partir da direcção geral e de Eduardo Minvu, particularmente, Francisco Curihingana evita até de comentar sobre a sua ausência prolongada na direcção provincial, sem que houvesse razões para isso, para não ter a mesma sorte que tiveram Adelino Ngunza, Sónia Maria e Filipe Eduardo, alguns dos directores que estiveram a frente desta”, disse a fonte.


Quer o já reformado Adelino Ngunza, assim como Maria Sónia, que agora é correspondente no município de Caculama, e Filipe Eduardo, que regressou a Luanda como simples repórter, foram exonerados das funções por intrigas de Luísa Victoriano e Yolanda Celeste Dias. Ambas contaram sempre com o beneplácito de Eduardo Minvu e de outros membros do conselho de administração das Edições Novembro.

A fonte revelou ainda que a jornalista Luísa Victoriano, que se comenta em alguns círculos, encontra-se ausente da direcção provincial há mais de um ano por suposta gravidez, que se diz tratar apenas de uma conversa para boi dormir.


O caricato no meio de tudo isso é que ninguém move uma única palha para resolver o assunto, pois mesmo em casa, Luísa Victoriano usufrui dos seus salários sem qualquer corte e sob olhar da área dos Recursos humanos e jurídica da empresa, dirigida por Catarina Cunha que pura e simplesmente deixa o barco andar.

De acordo ainda com o que se apurou o Eduardo Minvu só não conseguiu efectivar nesta direcção o propósito de tirar Sérgio Dias, que desde 2012 assume funções no Bié, por algumas influências de que este também gozava e por mais tarde ter manifestado a intenção de sair de Malanje e abraçar um novo desafio nesta província do planalto central, para onde foi parar sob proposta de Filomeno Manaças, ex-administrador para área editorial das Edições Novembro e director-adjunto do Jornal de Angola, Filomeno Jorge Manaças, que é dado como estando a caminho do Ministério da Comunicação Social, onde deverá ser nomeado director nacional de Publicidade e Marketing, substituindo assim Albino Carlos que está dedicado à vida académica, sendo director geral do Instituto Superior de Ciências da Comunicação (ISUCIC), em Luanda.

Luísa Victoriano, que ao que se diz morria de amores por Sérgio Dias, rebelou-se contra esse ao aponto de lhe acusar de assédio. Frustrada por este nunca lhe manifestar interesse amoroso e também por estar sempre acompanhado por sua esposa, que José Ribeiro empregou em Malanje e com quem a coqueluche de Eduardo Minvu sempre se incompatibilizou, fazendo inclusive “fofocas” sobre esta à direcção geral, em Luanda, criou todo tipo de intrigas, que levaram a que Sérgio Dias fosse crucificado por todos, incluindo por José Ribeiro que lhe investiu nas funções de director nessa província.

À par de Malanje, Eduardo Minvu fomenta intrigas no seio de outras direcções provinciais, onde tem também as suas “amantes confidentes”, como é caso do Kwanza-Norte e Bié, onde se mostra persistente em precipitar a saída de Sérgio Dias, cujo anúncio da exoneração já foi feita às autoridades locais em Outubro passado.

Não obstante a sua intenção, o actual director do Bié mantém-se firme no cargo, depois de ter recebido do ministério garantias de que o seu manifesto de deixar província e regressar a Luanda está ser analisado.

Sérgio Dias, que em meados dos anos 90 colaborou com o SINSE no Namibe e Lubango, numa carta dirigida ao ministro da Comunicação Social, José Luís de Matos, em que manifestou saturação por tanta intriga, chegou a acusar Eduardo Minvu de fazer intrigas junto de pessoas próximas do Governo local, para que fosse afastado do cargo.


O administrador executivo para área financeira das Edições Novembro fez a cabeça de José Ribeiro, justificando que o governador do Bié Boavida Neto preferia ter na direcção local do Jornal de Angola a jornalista Delfina Victorino, outras das coqueluches de Minvu, que tem dupla efectividade no Estado, pois além de jornalista é professora do ensino médio, uma situação que lhe poderá dificultar dado cadastramento que se leva a cabo em vários sectores da província.


José Chaves, que ele mesmo influenciou para exercer as funções de correspondente municipal do Andulo desde 2011, fruto do romance que mantinha com uma jovem próxima deste, era outro dos nomes que Eduardo Minvu apontou a José Ribeiro que o governador lhe solicitara para substituir Sérgio Dias no Bié. O protegido de Minvu tem residência fixa no Kuito, onde estuda na Escola Superior Politécnica, e numa ou noutra ocasião vai Andulo para justificar o salário.

A fonte que vimos citando disse ainda que quer Delfina Victorino, quer José Chaves, apesar dos anos que tem como jornalistas, revelam-se ainda como “muito fracos” na actividade, razão pela qual a sua eventual indicação não vai passar de simples miragem.


O assunto por ora mantém-se como está porque José Ribeiro está a ponderar o enquadramento de Sérgio Dias numa outra direcção, pelo manifesto que este mesmo lhe fizera, ou então acomodá-lo nas funções de director-adjunto do Jornal dos Desportos. Nesse título das Edições Novembro, o pca José Ribeiro pensa restruturar a direcção, trocando Matias Adriano por Honorato Silva, actual editor de desporto do Jornal de Angola, por quem nutre simpatias e sobretudo pela ligação conjugal deste com a sua actual secretária Conceição Amarilde, que ao que se diz é uma pessoa próxima de Aldemiro da Conceição, chefe de quadros da Presidência da República.


Ao que se comenta ainda nos nos corredores do Jornal de Angola, Eduardo Minvu, enquanto esteve na coordenação das províncias tentou ter o controlo pleno das direcções para daí tirar as suas contrapartidas e jogar a seu belo prazer.


Aliás, basta referir nesse aspecto os casos do Kwanza Sul e Bengo, aonde os directores são dois dos seus protegidos. Na primeira província, Eduardo Minvu que a par do pca José Ribeiro, possui fazenda e fruto disso presta especial atenção devido aos favores que volta e meia recebe de Luís Pedro, que tal como Noé Jamba, do Bengo, são tidos como directores de incompetência reconhecida, e que dedicam a maior parte do seu tempo a prestar favores à chefia, como em negócios de intermediar terrenos, compra de cabritos e outros bens que chegam a Luanda.

Fundos continuam a cair a conta gotas nas províncias

O CK apurou ainda que nesse momento reina uma clima de insatisfação total no seio das direcções provinciais. O cerne da questão tem a ver com os fundos de maneio que vão caindo a conta gotas nas contas destas representações das Edições Novembro.

Por exemplo, numa altura em que o mês de Maio caminha já para o seu final, a maior parte das direcções provinciais foi agraciada apenas com dois fundos no valor de 200 mil kwanzas, tendo o primeiro caído no início de janeiro e o último no final de Abril.


A maior parte dos directores provinciais revela-se contra este procedimento, porque as direcções continuam a enfrentar, vezes sem conta, períodos de mais de três/quatro meses sem ver se quer um tostão pintado e a adespeito disso, quer o pca José Ribeiro, quer Eduardo Minvu, acusam os directores de ser incompetentes e de não prestarem contas, o que é pura utopia e desculpa de mau pagador.

Nesse momento, a maior parte das direcções tem encargos avultados com combustível, sobretudo para fazer face às deslocações aos municípios e outras coberturas do dia-a-dia, bem assim como no que toca as demais despesas correntes.


Fonte do CK refere que a situação torna-se ainda mais frustrante porque os outros órgãos estatais de comunicação social, a TPA, Rádio e Angop, enfrentam um cenário muito diferente daquele que caracteriza as Edições Novembro.


A justificar ainda esse quadro negativo, está o facto de a maior parte das direcções provinciais receber apenas três fundos, sendo dois de 200 mil Kwanzas e um de 150 mil, o ano passado, que de acordo com directores serve apenas para liquidar dívidas. “Nos últimos anos o cenário foi sempre esse”, disse a fonte.


Recentemente o pca da Edições Novembro prometeu, que no âmbito dos encontros que estão agendados, atribuir aos actuais directores a categoria de delegado “para a vaidade acabar” e para ver se melhoram.


Falou ainda de alguma desorganização que se regista nas províncias, cuja responsabilidade estava, no mandato passado, a cargo de Eduardo Minvu.
No actual conselho de administração das Edições Novembro, cujo pca José Ribeiro assume a coordenação das direcções provinciais os pelouros estão assim distribuídos Pca José António Ribeiro: Planeamento e controlo de gestão, Novos negócios, Províncias e secretariado; administrador Victor Carvalho: Área editorial; administrador António Gonçalves Ferreira “Aleluia”: Publicidade e marketing, Comunicação e imagem; administrador Santos Júnior: Ditribuição e circulação de publicações; administrador Molares D’Abril: Produção e técnica, e sistemas de tecnologias de Informação e comunicação; administradora Catarina Cunha: Recursos humanos, jurídico e contencioso e auditoria interna, além do já referenciado administrador Eduardo Minvu, que controla as áreas de Finanças, Segurança, Equipamentos e Instalações, Compra e Aprivisionamento e Relações Públicas.


Além do presidente do conselho de administração e dos seis administradores-executivos, as Edições Novembro contam com os administradores não-executivos Olímpio de Sousa e Silva e Engrácia Manuel Francisco Bernardo, que José Ribeiro fazia questão que entrasse para o lugar de Eduardo Minvu, um aspecto que não chegou a materializar-se pelo proteccionismo que este tem de Manuel Rablais, que dirige o GRECIMA, um órgão essencial de apoio ao Presidente da República.