Menongue - Integra da Conferência de Imprensa sobre o balanço da visita dos deputados do grupo parlamentar da UNITA à província do Cuando Cubango.

Fonte: UNITA

Excelência Secretario provincial Senhor Adriano Abel Sapiñala Digna. Deputada pelo circulo provincial do Cuando Cubango e Vice Presidente da LIMA -. Sra. Regina Eduardo Chipoia: Caros jornalistas Prezados membros do secretariado provincial do nosso Partido, minhas senhoras e meus senhores. Queiram caros presentes, em especial os jornalistas aceitar o nosso muito obrigado por terem acedido ao nosso convite para um breve balanço da nossa visita aqui nesta província.


É do conhecimento de todos que várias delegações de deputados do grupo parlamentar da UNITA desdobraram-se de 27 à 30 de Maio em varias províncias do nosso país, nomeadamente: Benguela, Kwanza Sul, Kwanza Norte, Malange, Uíge, Lunda Norte, Zaire e Cuando Cubango.


Foi assim que os deputados Manuel Savihemba, coordenador político das províncias do Bié e Cuando Cubango, Regina Eduardo Chipoia Deputada eleita pelo circulo provincial do Cuando Cubango e Vice Presidente da Liga da Mulher Angolana(LIMA), e Albertina Navemba Ngolo, 2ªVice Presidente do grupo Parlamentar da UNITA, chegaram aqui no dia 25 de Maio para realizar deputações, que se enquadram na estratégia de fiscalização da ação do Executivo, consubstanciadas em visitas de constatação à instituições do Estado, inseridas nos sectores da Saúde , Educação, bem como projectos no âmbito do Programa de Investimentos Púbicos, não descorando claro, a interação com as estruturas do nosso Partido e o contacto com os cidadãos. Para esta visita estavam previstos os seguintes alvos:


a) Âmbito institucional do Estado e Entidades Eclesiásticas:

1 – Saudação de cortesia ao governador;

2–visita à Direção da comunicação social e seus órgãos: Rádio, TPA, Jornal de Angola e ANGOP;

3 – Visita ao bispado e a escola missionaria;

4 - Visita ao hospital central da província;

5 – Visita ao hospital pediátrico;

6 – Visita ao Hospital central em obras;

7 – Visita ao polo Universitário Cuíto - Cuanavale;

8 – Visita ao complexo agro-industrial do longa;

b) A nível partidária os deputados realizaram encontros:

a) Com o secretário provincial

b) Com executivo provincial da UNITA

c) Com os antigos combatentes, pensionistas e quadros do partido em geral.

d) Finalmente a realização de um acto de massas no bairro paz.

A titulo de balanço somos a dar uma grande nota positiva a forma como os responsáveis do bispado de Menongue, em representação de Sua Santidade Dom Mário Lukunde que se encontrava fora, o vigário que recebeu os deputados teceu considerações importantes para o processo de reconciliação nacional em curso no nosso pais. A postura dos homens de Deus deve servir-nos de exemplo de convivência na diferença na angola que queremos construir para todos os seus filhos.


Ainda sobre o balanço somos a denunciar e a repudiar a atitude do representante do Estado nesta província, o senhor Pedro Mutindi que nas vestes de governador, mostrou um completo desconhecimento do ordenamento legal em vigor no país, ao deturpar a agenda dos representantes do povo, o único detentor da verdadeira soberania, que sempre se resumiu em buscar junto das instituições e dos cidadãos as suas inquietações e percepções da forma como o pais está a ser gerido para responder aos seus anseios. É bastante penoso quando um responsável ao nível de um governador denota incapacidade de distinguir o deputado de qualquer partido – do ativista político.

Talvez seja pelo facto do mesmo se revestir de dois papéis em simultâneo, o de governador e de Primeiro Secretario provincial do MPLA. OS deputados são em primeiro lugar porta vozes daqueles que os elegeram, por isso e segundo a Lei todos as instituições do Estado devem desobstruir-lhes as portas para um melhor desempenho da sua missão.

Minhas senhoras e meus senhores

14 anos depois do alcance de paz é tempo suficiente para todos olharmos Angola e os angolanos com uma mentalidade diferente, uma mentalidade que considere cada angolano como o centro das atenções, o fim de todas acções, independentemente da sua raça, origem ,tribo ,Partido politico ou religião, pois a mudança de mentalidade é também factor de desenvolvimento económico e social.


Apesar das obstruções de toda ordem, constatamos sérias dificuldades nesta província que se prendem com o mau estado das vias de comunicação, a exemplo do troço Caiundo-Katuitui, Kaila – Cuangar, Cuangar – Calai, Dirico – Mucusso , Cuito Cuanavale - Mavinga, Mavinga – Rivungo e Rivungo – Jamba. As vias de comunicação são fundamentais para a circulação de pessoas, mas também ao permitir a circulação de bens e serviços contribuem para o crescimento económico sustentado do país . O seu bom estado interessa á todos, para a melhoria das condições de vida das populações.

Apelamos maior atenção das autoridades competentes, no âmbito do Plano Diretor desta Província, aprovado pelo Conselho de ministros há 4 anos, no sentido de melhorar a fiscalização para que se garanta a qualidade e a celeridade necessárias no processo de reabilitação das mesmas.

No âmbito do sector da saúde constata-se uma falta gritante de medicamentos com os doentes a serem mandados as suas causas com receitas sem os respectivos medicamentos, e pelas dificuldades atuais muitas famílias recorrem a formas de tratamento caseiras, sem eficácia nenhuma, o que desemboca em maior parte das vezes, em altas taxas de mortalidade, sobretudo a infantil.


A morosidade das obras do Hospital Central é um facto a considerar, pois já há muito que as obras pararam e os hospital em funcionamento não responde à demanda actual do publico alvo. Assim recomendamos uma mudança de postura, por parte de quem é de direito para a conclusão das obras e a retoma do funcionamento normal daquela unidade hospitalar.

Sobre o sector da educação, regista-se ainda um número considerável de crianças e adolescentes fora do sistema de ensino, devido ao grande deficit de estabelecimentos de ensino nas aldeias, comunas e algumas sedes municipais.

Já é um factor positivo, terem implantado um Polo Universitário na cidade de Menongue, entretanto os cursos ministrados não respondem as escolhas específicas do grupo alvo, o que tem provocado migração dos estudantes noutras províncias, sempre na prespectiva dos empregos futuros e atuais. O que significa que não houve um estudo de viabilidade cuidado em termos sociológicos e de expectativas dos utentes, antes da implantação do referido polo.

Somos também a apontar o facto de alguns professores terem sido cortados ou subtraídos das folhas salariais do sistema de educação por pertencem a um outro Partido diferente do que governa. Estando os mesmos a trabalhar há muitos anos sem salários. Pelo menos 16 professores do núcleo do Puniv do Mavinga estão há oito anos sem receber os salários, só continuam a lecionar por amor à profissão, deixando as suas famílias expostas a fome e a nudez. No domínio da habitação , a procura da casa própria é maior do que a oferta, em quantidades muito distantes das necessidades.

 

c) Os propalados ̏duzentos focos̋ Construídos em cada município com avultadas somas de dinheiro dos cofres do Estado, tornaram-se tocas de animais selvagens por se encontrarem em estado de abandono. Em igual estado, se encontra o projeto de casas para a juventude. Uma atitude grave por parte dos governantes de puro desperdício dos recursos públicos, cada vez mais escassos nesta situação de crise em que mergulharam o país. Hoje sabe-se que os referidos projetos não se dirigiam aos cidadãos que necessitam de casas próprias, mas serviram de portas para o enriquecimento ilícito dos principais gestores.

 

d) Não podemos também fechar os olhos a desmatação exagerada que decorre nesta província, por causa da exploração da madeira, é preciso racionalizar os recursos, para além de preservar o ambiente. Por outro lado, a madeira é uma das riquezas nacionais , é de todos os cidadãos de Menongue, seria bom que aqueles que adquirem licenças para a explorar estejam a pagar as taxas exigidas para mitigar as externalidades negativas que dai advêm, bem como suportar algumas responsabilidades sociais. e) No âmbito social, são visíveis as lamentações dos cidadãos desta província relativamente a alta generalizada dos preços de todos os produtos, desde os mais básicos aos supérfulos, o que corrói os já baixos salários que aguardam por reajustamentos face a inflação e a desvalorização do kwanza relativamente ao dólar. Assim, professores, médicos, enfermeiros, funcionários públicos e privados, cidadãos que trabalham por conta própria, vão encarando dias difíceis, entre atrasos salariais, e outras dificuldades que exigem dos gestores principais do erário público comportamento ético e responsável no uso dos recursos. O momento recomenda ainda, políticas de diversificação da economia locais e nacionais claras, voltadas para o apoio incondicional do desenvolvimento do sector privado em vários domínios, com créditos bonificados e dialogo permanente para se encontrar denominadores comuns para a superação da crise actual.

 

Em termos de prestação de serviços, algumas paragens desta província tal como o município do Rivungo, as comunas de Luiana, Jamba, Mucusso, Likua e outros clamam pela presença de instituições financeiras e de telecomunicações, com destaque para o banco BPC, maior intermediário dos salários da função publica . Pelo que, apelamos as instituições competentes e outras interessadas à uma maior facilitação de modo a que tais serviços cheguem aos cidadãos. Para terminar, gostaríamos de forma satisfatória dar uma nota positiva ao secretariado da UNITA aqui no Kuando Kubango, na pessoa do senhor secretario provincial, Adriano Abel Sapiñala, que dando continuidade ao trabalho dos seus antecessores, mantém a implantação do nosso Partido em todo o território, apesar dos focos de intolerância política por grupos bem identificados dos quais a historia de angola se encarregara de coloca-los no seu devido lugar, porque serão ultrapassados pelos acontecimentos e a vontade indomável do povo de mudar o regime político que governa angola há 40 anos. Minhas senhoras e meus senhores Caminhemos confiantes, para a reconstrução do nosso país, convictos de que é possível implantarmos o Estado Democrático e de Direito em angola. E a UNITA não operará esta tarefa apenas com os seus militantes, conta e contará com todos os angolanos para formar um governo de todos e para todos. Viva a Paz, unidos venceremos! Menongue, 31 de maio de 2016 Muito obrigado A Delegação Parlamentar da UNITA