Luanda - É indiscutível que o ilustre senhor João Paulo Nganga (JPN) ganhou lugar cativo no assento da sala, resultado dos seus argumentos, neutralidade, equidistância e revolucionou a forma de analisar/comentar os factos políticos, sociais, económicos na televisão do nosso país.

Fonte: Club-k.net

JPN granjeou de per si empatia do público, quebrou o tabu do bajuladores e comprovou que é possível “ pensar pela própria cabeça”. Não obstante ser “amado por alguns e odiado por outros”, aliás é esse o binómio da vida.

 

JPN durante essa trajectória de debates na TV Zimbo teve vários adversários, destacando-se Norberto Garcia e Walter Filipe que foram catapultados para grandes voos governativos, talvez por idolatrarem o executivo. Pois, deixaram-no “órfão”.

 

O pecado da democracia “tipicamente angolana”, é o facto de que algumas pessoas (supostas activistas , opositores do regime publicamente e seguidores na clandestinidade pelos pactos do dinheiro - silêncio) estarem despreparadas para as mudanças de opiniões, convivência na diferença e sobretudo quando sentem-se lesados no seu âmago. O ódio, o rancor e a reacções malignas são assustadoras, até há quem entrou em delírio e em depressão!

 

A “defesa” de JPN sobre a nomeação da mana Isabel dos Santos com toda celeuma que se levantou como nepotismo, corrupção, inércia do MPLA, podemos compreender em duas grandes dimensões que nos parecem que o ilustre JPN não terá argumentado o suficiente:

1.Do ponto de vista nacional

Reforçar o monopólio da "família empresarial" aos maiores interesses das riquezas do país. (Onde está o maior diamante de Angola?). Porquanto, a nação quase que desconhece a origem do dinheiro da mana Isabel, e mais, é associada na generalidade aos “favores” do pai.

A confirmação do aparente abandono do MPLA das grandes decisões do país. Afirma-se que o partido foi confiscado.


Apesar de toda maleficência que acarreta a nomeação, ainda atribuiu-se o benéfico de dúvida a mana Isabel. Porque boa parte do povo acredita que quem já tem muito dinheiro poderá roubar pouco e impor maior controlo das receitas petrolíferas e portanto boa gestão.

Do ponto de vista internacional

O mundo conhece a mana Isabel como “ grande empresária” sobretudo em Portugal, onde detém um império de interesses financeiros e económicos. O paradoxo é que em terras de Camões a mana é também associada a corrupção, nepotismo e outras maldades provenientes do dinheiro ilícito, pois acreditam piamente que são surripiados dos cofres públicos angolanos.


Pensamos que a maior dificuldade é a justificação de tanto poder financeiro, a desconfiança é factual. Não obstante, ter justificado publicamente com a “historieta” da venda de ovos”, a verdade é que teve efeitos antagónicos. Quase ninguém acreditou!


Pois, o mundo de altas finanças e das grandes multinacionais é gerido pelo jogo dos bastidores, o volume de interesses adjacentes que condicionam e comandam os investimentos. E parece que a mana Isabel conhece bem os meandros da coisa e sabe onde penetrar sem deixar rastos, pois é dali onde provem o seu “sucesso empresarial”.

Talvez, terá sido esse último aspecto visível porquanto existirão outros no submundo que terá levado o Presidente da República nomear a filha. Aliás, foi feita depois de um “estudo profundo” da sociedade angolana e que se sabia a priori do ruido que faria. Contudo, depois voltaria ao estado normal, o “silêncio sepulcral”, diriam os poetas.


Portanto, como já é “irrevogável” a nomeação da mana Isabel dos Santos com PCA da Sonangol, desejamos-lhe sucessos e está autorizada, pode nos “cafricar” na expressão de JPN.


Domingos Chipilica Eduardo