Ao General António José Maria

Chefe dos Serviços de Inteligência e Segurança Militar

Nós, enquanto Mães [de Afonso Matias “Mbanza Hamza”, Albano Bingo Bingo, Arante Kivuvu, Benedito Jeremias, Domingos da Cruz, Fernando Tomás “Nicola Radical”, Laurinda Gouveia, Hitler Jessy Chiconde “Itler Samussuku”, Inocêncio de Brito “Drux”, José Gomes Hata “Cheik Hata”, Luaty Beirão, Nelson Dibango, Nito Alves, Nuno Álvaro Dala, Osvaldo Caholo, Sedrick de Carvalho e Rosa Conde] todos eles acusados no famigerado Processo 15+2, dirigimo-nos a V. Excelência no sentido de apelarmos à Vossa consciência moral.

Queremos saber:

Por que razão congeminou esta acusação fraudulenta contra os nossos filhos?

Por que razão não se apresentou a testemunhar no julgamento dos nossos filhos, ao contrário do que fez no caso de William Tonet, em 2011.

E mais: quais são os documentos que acusa o nosso filho e companheiro Osvaldo Caholo de ter desviado? Por que inventou esta história?

Veja bem: não seria melhor preocupar-se com crimes reais, como o desvio constante, para fins privados, de carros do exército que deveriam estar à disposição dos serviços de inteligência militar? Certamente que, se os seus gabinetes dispusessem dos meios adequados (carros do exército incluídos), não perderiam tempo a inventar factos, e tratariam dos crimes reais.


Não vos esqueçais: Deus está sempre presente e acompanha as acções de cada um. Vós que quisestes ser um seu filho dilecto devíeis saber isso melhor do que ninguém.


Nós, as Mães dos injustiçados, vamos rezar em conjunto. Como disse o Papa Francisco: “Os direitos humanos são violados não só pelo terrorismo, a repressão, os assassinatos, mas também pela existência de extrema pobreza e de estruturas económicas injustas, que originam as grandes desigualdades.”


Nós, as Mães das vítimas, vamos rezar para que em Angola terminem os abusos dos direitos humanos, a repressão, a pobreza e a desigualdade, que vós tão ativamente perpetuais neste país.


E apelamos a todas as Mães com fé para que se juntem a nós em defesa da cidadania, e para que nas próximas semanas, em todas as Igrejas, Templos e Mesquitas, rezem a favor da paz e da justiça, e a favor dos 15+2.