Lisboa - O MPLA, através do seu Comitê junto ás comunidades em Portugal tentou nesta terça-feira (5), em Lisboa, sabotar o evento da apresentação do livro “Agostinho Neto - o perfil de um ditador: A historia do MPLA em carne viva”, da autoria do historiador luso-angolano Carlos Pacheco. A cerimonia de lançamento aconteceu no auditório da torre do Tombo, na Alameda da Universidade, em Lisboa.

Fonte: Club-k.net

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Com inicio ás 18h de Lisboa, o evento foi consumido por factos políticos programados por um grupo de militantes do MPLA que no decorrer da apresentação do livro precisamente no momento em que Carlos Pacheco tecia alguns considerações, foi lançado um falso alarme insinuando que havia no auditório da torre do Tombo, uma mala perdida e que poderia ser bomba. Em consequência disto, os seguranças do edifício interromperam o autor do livro para avisar que a sala deveria ser evacuada para se analisar a suposta mala suspeita e sem dono, denunciada pelos membros do MPLA.

 

Depois de verificada que se tratou de um falso alarme, seguiu-se a sessão de perguntas e respostas que seria novamente sabotada pelo grupo de jovens Comitê do MPLA. Estes colocavam ai autor longas questões consumindo todo tempo do evento. Desvirtuavam se em alegações de que o livro destratava Agostinho Neto que no seu ver era o pai da nação e que merecia respeito.


Um outro militante com o intuito de consumir o tempo do evento, levou um poema de Neto que insistia que deveria ler naquele auditório em voz alta para mostrar o lado humanista de Agostinho Neto. Ao mesmo tempo, os militantes, que estavam a ser comandados por um militante identificado por Mario Goubel (familiar directo da militante Avo Kuiba), exaltavam em coro, e em plena sala palavras como “Viva o Presidente Agostinho Neto, pai da nação angolana”. Em resposta, os seus colegas respondiam “viva”, consumando assim os seus planos de não dar tempo do autor em prosseguir com a sua agenda do lançamento da obra que levou 10 anos de pesquisa.

 

Os referidos jovens estavam todos trajados de camisolas brancas como o rosto do Primeiro Presidente de Angola, e com dizeres “Agostinho Neto pai da nação”.

 

O lançamento do livro terminou entretanto sem que os convidados e interessados pudessem fazer perguntas e sem que o seu autor pudesse dar continuidade por conta dos actos de sabotagem e intolerância praticados pelos elementos do Comité do MPLA, em Portugal.

 

De recordar que o livro foi baseado numa pesquisa que durou 10 anos ao autor a fazer as suas consultas. Relata como Agostinho Neto ascendeu a liderança do MPLA, a sua implicação e de Iko Carreira no assassinato de um ex- colega de luta, Matias Migueis. O Autor revelou ainda o episódio em que o comandante Iko Carreira, com a ajuda da PIDE planeava desertar o movimento para poder dar continuidade aos seus estudos no Brasil. As revelações sobre Iko Carreira foram sustentadas com apresentação de correspondência entre o mesmo e os serviços secretos de Portugal que estavam a preparar a sua fuga das hostes do MPLA.