Luanda -  O Ministério da Administração do Território (MAT) entregou à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) a documentação sobre o registo de cidadãos, mas os partidos da oposição renovam as acusações de interferência do Executivo nas tarefas acometidas ao órgão supervisor das eleições em Angola.

Fonte: VOA

A entrega do relatório sobre o registo eleitoral oficioso e a proposta da data em que deve iniciar o processo foi feita segunda-feira, 19, pelo ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa.

 

Contudo, o secretário geral da CASA-CE, Leonel Gomes, lembrou que o Governo não tem competências para dirigir o registo eleitoral dos cidadãos, considerando inconstitucional a interferência do Ministério da Administração do Território.

 

“É o mesmo MAT, que propõe leis que não satisfazem os cidadãos, que quer dirigir o processo”, acusou Gomes.

 

Por seu lado, o deputado Benedito Daniel, do PRS, diz suspeitar que com esta atitude o Executivo pretendaimpedir que jovens que que completam 18 anos votem pela primeira vez.

 

“A CNE não tem abase de dados de cidadãos menores”, declarou.

 

O líder do PADA-Aliança Patriótica, Alexandre Sebastião, advertiu para a necessidade de os processos eleitorais serem geridos com muitas cautelas e apontou que os dados MAT entregues à CNE levantam muitas suspeitas.

 

“Os processos que têm a ver com a estabilidade nacional devem ser geridos com transparência”, reafirmou Sebastião.

 

O ministro Bornito de Sousa disse na ocasião estarem criadas as condições para que o Presidente da República estabeleça um período para a realização do registo eleitoral.

 

De acordo com Sousa, o processo observa dois momentos, iniciando com a actualização dos cerca de nove milhões de leitores já existentes na base de dados, seguindo-se o registo de cerca de 1,5 milhões de novos eleitores.

 

As eleições gerais em Angola estão marcadas para 2017.