BUREAU POLÍTICO DO COMITÉ CENTRAL 

DECLARAÇÃO SOBRE CAMPANHA DE DENEGRIMENTO DO PRESIDENTE AGOSTINHO NETO

Luanda  - A República de Angola está a ser vítima, mais uma vez, de uma campanha de desinformação, na qual são visadas, de forma repugnante, figuras muito importantes da Luta de Libertação Nacional, particularmente o saudoso Camarada Presidente Agostinho Neto, Fundador da Nação Angolana, que, a 11 de Novembro de 1975, proclamou, perante a África e o Mundo, a emancipação dos angolanos.

Fonte: MPLA

A cinco de Julho corrente, na capital lusa, foi publicado um opúsculo, onde um crónico saudosista do colonialismo português depositou todo o seu fel, inconformado, como sempre esteve, com as vitórias do MPLA e do povo angolano, em todas as batalhas que garantiram a conquista da soberania nacional e da paz definitiva em Angola.

Recorrendo aos arquivos da então tenebrosa PIDE/DGS, a ex-polícia política do Estado colonial, um suposto historiador luso-angolano – caso fosse um bom profissional o seu produto não estaria tão carente de rigor científico e intelectual –, que atende pelo nome de Carlos Pacheco, no intuito de desacreditar Angola e o seu Executivo, causou pasmo e alguma revolta, ao apresentar o embuste livresco, intitulado “Agostinho Neto, o perfil de um ditador. A História do MPLA em carne viva”.

Não é difícil adivinhar o objectivo de tal maquinação, pois, grave seria se Carlos Pacheco, um ex-comando do exército colonial, que fazia discursos elogiosos no Palácio do Governador colonialista, em nome de uma pretensa “juventude angolana”, batesse palmas aos revolucionários que conduziram Angola à Independência Nacional e que ajudaram a libertar a Namíbia, o Zimbabwe e a África do Sul, onde, por profecia de Agostinho Neto, estava a continuação da sua luta.

Não há dúvidas sobre as intenções maquiavélicas do dito historiador, que privilegiou, na sua pesquisa, os arquivos da PIDE/DGS. Será que ele, realmente, acreditou que os relatórios da PIDE/DGS seriam imparciais? Só mesmo um insano poderia crer nisso, na medida em que todos sabem que ela só relatava o que era conveniente para o regime fascista português.

É bastante sintomático que, ao longo de mais de mil páginas, onde destila o seu veneno, as pessoas mais visadas já não façam parte do Mundo dos vivos, como Agostinho Neto, Lúcio Lara e Iko Carreira, num acto de cobardia sem tamanho - pois que estes já não podem defender-se -, deixando habilmente de fora protagonistas da época, ainda em vida.

O Bureau Político do Comité Central do MPLA repudia, veementemente, a forma caluniosa e insultuosa como é tratado o maior Herói da Luta de Libertação Nacional, o Camarada Presidente Agostinho Neto, que se tornou numa bandeira e num caminho a seguir. Nele se reuniram as virtudes superiores do revolucionário sem mancha, do militante total, do intelectual e poeta universal, do médico profundamente humano, do chefe amigo, do líder clarividente, do companheiro de todas as horas e do incansável servidor do povo.

O Bureau Político do Comité Central deplora a tentativa de rebaixamento do MPLA ao nível de outros movimentos, cuja postura sanguinária e assassina é por demais conhecida e que os verdadeiros historiadores facilmente comprovarão nas suas pesquisas.

Desde os primórdios da luta, o MPLA sempre teve o apoio incondicional das populações, pelo que não foi por acaso que surgiu a palavra de ordem “O MPLA é o povo e o povo é o MPLA”.
Acusar o MPLA de massacrar, assassinar e estuprar as populações é uma grande grosseria. Reduzir a Luta de Libertação e todo o esforço consentido pelos patriotas angolanos à negatividade é um acto criminoso e antipatriótico.

Carlos Pacheco pode, até, ter os seus delírios, mas chamar os patriotas angolanos de “bando de Neto” e dizer que foram para a luta por “motivações materiais” é um insulto a todo um povo, a todos os que perderam a vida pela Pátria, muitos dos quais tinham abandonado as universidades, na Europa e na América, para se juntarem a ela.

Poeta maior da angolanidade e político de craveira universal, sob a superior liderança do Presidente Agostinho Neto, de 1963 a 1979, o MPLA conseguiu vencer muitos e complexos desafios. Houveram dissidências, é verdade, porquanto, tal como as pessoas eram livres de entrar, também podiam sair. E não porque o líder era ditador. Pelo contrário, Agostinho Neto foi um libertador, tendo deixado, como legado, a Independência do país do jugo colonial português, facto que orgulha os angolanos.

Doutor Honoris Causa, pela Universidade de Lagos, na Nigéria, pelo seu destacado papel na luta dos povos pela independência e galardoado com o prémio Lotus, atribuído pela 4ª Conferência dos Escritores Afro-Asiáticos, em 1970, entre outras valiosas distinções nacionais e internacionais, o Camarada Presidente Agostinho Neto colocou pedras nos alicerces do Mundo. Merece o seu pedaço de pão, com a justa homenagem que se lhe deve, por sr o Pai da Nação.

MPLA – COM O POVO, RUMO À VITÓRIA
PAZ, TRABALHO E LIBERDADE
A LUTA CONTINUA
A VITÓRIA É CERTA.

Luanda, 21 de Julho de 2016.
O BUREAU POLÍTICO DO COMITÉ CENTRAL DO MPLA.