Lisboa – Não me chegou, por enquanto, as minhas mãos as obras lançadas recentemente em Lisboa, pelo historiador angolano Carlos Pacheco – que aparenta-me ter, desculpa caro leitor pela expressão, as bolas no lugar – que tem como pano do fundo as poucas-vergonhas que o demente de Agostinho Neto fez, enquanto líder (fictício) do MPLA em vida.

Fonte: Club-k.net
Mas devo aqui reiterar – o que já disse variadíssimas vezes publicamente – que Agostinho Neto não foi um santo como a declaração (da vergonha) que o Bureau Político do Comité Central do partido no poder tornado público hoje (21/07) faz alusão.

Não é preciso ser mestre na matéria para se perceber que Agostinho Neto não é (e nunca foi) herói de Angola na dimensão de Ngola Mbandi, Njinga Mbandi, Mpita Vita, Mandume, etc. como o partido que sustenta o Executivo faz questão de mencionar nos livros escolares e outros. Só acredita nessa catinga quem é sanguinário.

Tal como outros líderes guerrilheiros angolanos (Holden Roberto e Jonas Savimbi), Agostinho Neto foi um assassino frio e cruel como ilustra-nos a história sobre a sua pessoa. Curiosamente, lembro-me como se fosse ontem, o ilustre jornalista e activista William Tonet, director do Folha 8, a garantir que ele foi mestre de Jonas Savimbi na matéria de matar e queimar pessoas vivas.

Ao longo deste tempo, como membro da Fundação 27 de Maio, ouvi e fiz apontamentos de muitos relatos de sobreviventes da chacina – como fazia questão de enfatizar o malogrado jornalista Pascoal Mukuna, com quem partilhei, em privado, momentos da história recente de Angola na redacção do jornal Agora antes de imigrar no falecido jornal Cruzeiro do Sul, dirigido na altura pelo jornalista Ismael Mateus – que teve início no dia 27 de Maio de 1977, em Luanda, e depois estendeu-se em todo país.

Todos eram unânimes em dizer que Agostinho Neto praticou – enquanto líder do movimento – crimes (contra humanidade, etc.) bárbaros e impensáveis, quase pior que Adolf Hitler da Alemanha. Por isso, não vale aqui o BP do MPLA, embora no seu direito de proteger a figura de Neto, dizer que ele era santinho. Porque a história apresenta-nos ao contrário.

Agora vou aqui desvendar resumidamente o carniceiro de Agostinho Neto enquanto poeta, médico e político.

- Segundo vários relatos, dentre os quais do seu suposto filho Mário Jorge, não era Agostinho Neto que escrevia os livros que publicava. Pessoas há que asseguram que os seus escritos (tal como as obras de Mendes de Carvalho que publicava sob o pseudónimo de Uanhanga Xitu) eram redigidos pelos seus amigos próximos.

Portanto, tendo em conta o seu problema de alcoolismo (dizem que ele só orientava os seus kapangas depois de uma dose exagerada de vinho), o suposto “poeta maior” nunca teve tempo de escrever – nem sequer uma linha – os seus supostos poemas. E que na cadeia os guardas prisionais nem sequer lhe davam tempo para rabiscar nem sequer uma palavra. Portanto, até prova ao contrário (se de facto existem os manuscritos) ele não é escritor coisa nenhuma.

A imagem de Neto que ilustra ele sentado debaixo de uma árvore a escrever (ou será que estava a desenhar a Maria Eugénia nua numa taberna?) sei lá o que, não comprovam nada. Porque o fotógrafo nem sequer teve a coragem de perguntar a ele sobre o quê escrevia por temer ser morto por ele.

- Enquanto médico, segundo os relatos, Agostinho Neto tirou mais vida do que salvar. Não existem, pois, sequer um paciente que garante que ele (Neto) o tratou quando esteve doente. Todos sabem, em pleno século XXI, que os médicos são salva-vidas e não tira-vidas, como o mesmo fez antes e depois da chacina do 27 de Maio de 1977.

Ao benefício da dúvida, se de facto Neto fez medicina pela universidade de Lisboa, então foi o pior aluno, ou entendia ao contrário sobre as matérias dadas porque todos sabem que o papel de um técnico de saúde (excepto em Angola talvez) é salvar vidas e não tira-las.

- Por último, Agostinho Neto é o pior político angolano de todos os tempos, talvez porque não fazia a mínima ideia do significado da palavra ‘política’. O seu padrinho de casamento Lúcio Lara, um outro sanguinário, somente o entregou o cargo de presidente do MPLA porque sabia que ninguém estava disposto a aderir um movimento dirigido por um branco, ou mulato, seja lá o que for, como fazia questão de gritar aos quatro ventos, na redacção, o jornalista Aguiar dos Santos.

Sabe-se que meses depois de saborear o poder, Agostinho Neto, aspirante a político, ordenou aos seus kapangas que matassem todos os fundadores do movimento, excepto Lúcio Lara. Foi assim que Matias Migueis, Viriato da Cruz, Eduardo Macedo dos Santos, Hugo de Menezes e Mário Pinto de Andrade viriam a serem mortos (alguns morreram escaparam na altura, mas os braços longos dos assassinos de Neto os alcançaram mais tarde).

Após estes arrepios assassinatos que ocorreram antes (e depois) da independência de Angola, Agostinho Neto, sob efeito de álcool, ordenou (sob influencia de Lúcio Lara, que mandava mais que o próprio Neto) publicamente a matança de mais de 80 mil angolanos – incluindo inocentes – acusados de pretenderem dar um golpe de Estado.

Vale aqui realçar que Neto traiu ainda os seus compatriotas Holden Roberto e Jonas Savimbi no diz respeito aos Acordos de Alvor. Caso estes acordos fossem materializados, Angola não teria regredido tanto no tempo e no espaço. Teria se evitado à morte de milhares de angolanos que pereceram fruto da guerra civil provocado por Neto.

Há, de facto, inúmeras linhas a descrever sobre este ditador alcoólatra – que graça a Deus o destino lhe arrancou na hora certa – que o grandioso Carlos Pacheco fez questão destapar (o véu) e escrever correctamente, atribuindo os termos apropriados.