Luanda - O presidente do Conselho de Administração do Caminho de Ferro de Luanda manifestou a vontade de "intensificar" a cooperação com empresas portuguesas na área da formação, consultoria e mecânica.

Fonte: Lusa

A posição de Celso Rosas foi transmitida durante a receção da administração, na estação central do Bungo, em Luanda, ao secretário de Estado secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Jorge Costa Oliveira, que depois viajou num comboio do CFL até Viana, arredores de Luanda, para visitar empresas portuguesas.

 

“Esta viagem, para nós, é significativa. Talvez a data de hoje constitua um momento histórico”, disse Celso Rosas, sobre a escolha do governante português.

 

O administrador do CFL recordou que a empresa, totalmente pública e que transporta anualmente cerca de 7,4 milhões de passageiros, vive graves dificuldades financeiras, devido à crise em Angola, o que também tem condicionado a concretização de parcerias previstas com empresas portuguesas, como a CP ou a EMEF – Empresa De Manutenção De Equipamento Ferroviário, entre outras.

 

“A falta de capacidade financeira levou a que muitos desses projetos, neste momento, ficassem parados. Mas estamos interessados na consolidação destas relações, porque se afigura pertinente”, sublinhou Celso Rosas.

 

Além do apoio de Portugal na formação geral de quadros, o administrador do CFL, empresa que completa em 2016 os 128 anos, reconheceu as necessidades da empresa na área técnica, o que obriga à transferência de motores e material circulante para revisões na África do Sul.

 

“Temos limitações no domínio da mecânica, da eletrotecnia e eletrónica. Hoje, por ausência de capacidade humana reconhecida e certificada, não conseguimos dar resposta a determinadas avarias que registamos em motores e outros equipamentos das nossas máquinas”, disse o administrador.

 

Assumiu que a vertente do apoio técnico é hoje um “problema muito sério” da empresa, que quer reforçar a capacidade nacional nesta área, criando condições para que estas operações “sejam realizadas no país”.

 

“Há uma série de campos que podem e devem continuar a ser explorados em conjunto, para consolidarmos estas relações que sempre existiram entre as empresas portuguesas e angolanas”, concluiu.

 

O secretário de Estado da Internacionalização de Portugal iniciou na terça-feira uma visita a Luanda, tendo já tido reuniões com empresários portugueses, membros do Governo angolano e com o governador do Banco Nacional de Angola.

 

A visita de Costa Oliveira termina hoje, após deslocar-se a Viana, arredores de Luanda, para visitar empresas portuguesas.