Harare - A associação de veteranos de guerra do Zimbabwe divulgou, no dia 21 de Julho, após um encontro de representantes da mesma, um comunicado em que aparenta retira o seu apoio ao Presidente Robert Mugabe.

*Gustavo Plácido
Fonte: Africa Defesa

“Notamos, com preocupação, choque e desalento, o aprofundamento sistemático de tendências ditatoriais, personificadas pelo presidente e do seu circulo próximo, os quais têm lentamente vindo a devastar os valores da luta de libertação”.

 

Segundo o comunicado, os veteranos não irão apoiar a campanha de reeleição de Mugabe, acusando-o de os abandonar em prol da liga da juventude do partido no poder, Zanu-PF.

 

Os veteranos atribuíram as culpas da crise económica à “liderança esgotada“. Os bancos ficaram sem dinheiro e o governo tem dificuldades em pagar aos funcionários públicos.”Ele [Mugabe] tem muito que responder pelo flagelo da economia nacional,” afirma o comunicado.

 

De acordo com fontes da BBC, o comunicado reflectiu as opiniões de alguns veteranos de guerra, mas também figuras militares de topo.

 

A associação de veteranos de guerra tem historicamente assumido um papel central no apoio ao Presidente Robert Mugabe. Os veteranos de guerra, ou seja, os antigos camaradas de Mugabe na luta de libertação dos anos 1970, têm sido apoiantes leais que por vezes lhe garantiram o músculo para a violência política, pelo que este desenvolvimento representa um sério golpe para o Presidente.

 

Mugabe pretende candidatar-se a mais um mandato presidencial em 2018 e governar até morrer.