Luanda - Na sequência da queixa apresentada por Mónica Almeida, mulher do activista Luaty Beirão, contra três agentes da Polícia Nacional que, no passado dia 29 de Julho, a terão retido por mais de duas horas para ser identificada, o Comando Geral da Polícia Nacional informa que nenhum dos nomes apresentados pela denunciante constam da base de dados da corporação.


Fonte: NJ

Os efectivos da Polícia Nacional acusados de interpelar Mónica Almeida, e que, de acordo com a queixa apresentada pela mesma na passada segunda-feira, 1, "a terão levado a parte incerta, num périplo que se terá arrastado pela zona sudeste de Luanda", não constam da base de dados da corporação, garante o Comando Geral da Polícia Nacional.


Através de um comunicado hoje divulgado, a PN informa que apesar de não se verificar nenhum registo com os nomes apresentados pela denunciante - Alberto Canga, Simão Victor e Hortência Augusto -, a investigação procurou localizar nomes próximos aos mencionados.


Deste esforço resultou a identificação de agentes que se comprovou não estarem no local indicado na hora referenciada, bem como de uma agente já falecida: Hortência Agostinho.


As diligências policiais permitiram ainda determinar que "as matrículas de que se faz referência na denúncia não correspondem às usadas pela Polícia Nacional", da mesma forma que "o número de dígitos para a composição dos NIP"S referidos" também "são inexistentes".


Ainda assim, a PN garante que "continuará a afectuar as necessárias diligências no sentido da clarificação dos factos narrados".


Segundo Mónica Almeida, a interpelação policial deixou-a incontactável por telemóvel, alegadamente devido ao recurso a um "bloqueador de sinal", equipamento habitualmente utilizado pelos serviços secretos angolanos, acusa o marido Luaty Beirão.


De acordo com o activista, um dos 17 condenados por actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores, a mulher "andou às voltas" por mais de duas horas, a conduzir sob ordens da polícia, "sem nunca ter entrado na esquadra", tendo no final os agentes alegado uma confusão na identidade e que estavam à procura de uma "suposta assaltante".