Zaire - Há relatórios publicados por organizações internacionais credíveis que fazem menção que o continente Africano em nível mundial é o que mais cresce quer dizer com maior crescimento económico. Em primeira instância estes relatórios passam a impressão que a situação do continente é das melhores, no que concerne a área económica. Mais quando olha-se para o índice de desenvolvimento humano (IDH), nota-se que é bastante baixo, então urge a necessidade de procurarmos entender este problema, se há um crescimento económico de "invejar" porque é que o índice de desenvolvimento humano é baixíssimo? Porque o crescimento económico não é sinónimo de desenvolvimento. Aliás o crescimento económico não distribuiu melhor, o desenvolvimento é que distribuí melhor.

Fonte: Club-k.net

Mas a África tem condições para transitar de continente subdesenvolvido para desenvolvido, mais de que forma esta transição será materializada? Os que governam as Nações são na verdade os partidos políticos através do aval do povo, por meio dos votos. Embora que, em cada quatro anos ou cinco anos têm sido submetidos a avaliação de desempenho em função do trabalho que realizam. Mas como o continente tem caminhado me pergunto, será que os cidadãos têm feito esta avaliação de desempenho? Olhando duma forma geral, sou obrigado a firmar que não tem havido esta avaliação de desempenho por parte dos cidadãos, pois se houvesse esta avaliação, acredito que estaríamos vivendo numa outra realidade, e esta falta de avaliação reside no facto que muitos cidadãos não têm exercido a cidadania na sua plenitude. Mas o empecilho que África tem encontrado para que esta transição seja materializada prende-se com a forma de fazer política dos políticos Africanos. Pois o patriotismo transformou-se em patrioinvidualismo. Mas para se ultrapassar esta situação cabe aos políticos assumirem um pacto político que resumia-se em colocar os interesses do país acima de qualquer tipo de interesses, tais como: interesses partidários e individuais. Mas convém partirmos de uma realidade específica para uma realidade geral, deste modo parto da realidade Angolana para a realidade da África em geral.

Sobre Angola: Angola viveu momentos conturbados que posso subdividi-la da seguinte forma:


• Luta para libertação: este processo está incluso no intervalo de tempo de 1950 a 1974 (faço menção do ano 1950, pois os acontecimentos de 1961 foram o resultado do trabalho desenvolvido pelos movimentos, antes de 1961, pois os nacionalistas não saíram das casas para desencadear as acções de 1961, houve um árduo trabalho que levou anos), nesta etapa a luta visou para a independência Nacional, não querendo dizer que o Muangole só começou a lutar para libertar-se do jugo colonial, somente neste intervalo de tempo. Mas os movimentos de libertação em nenhum momento neste intervalo de tempo estiveram unidos ou falaram a mesma língua, embora que a finalidade era a independência, mas cada movimento tinha uma própria ideia de como poderia ser materializada. Não pretendo julgar o passado, mas faço esta viajem ao passado com objectivo de provar que neste intervalo de tempo, embora foram tentadas várias iniciativas para a formação duma frente comum quer dizer unificar os movimentos num só, todas estas iniciativas falharam, aqui devemos repor a verdade histórica, pois há várias individualidade que nas suas abordagem tentam culpar o líder do movimento x ou y, mas nenhum destes lideres foi culpado para que a frente comum não se materializa-se. Porquê? Porque para se fazer uma guerra requer-se uma logística, e os movimentos na procura de quem pudesse fornecer esta logística, foram obrigados a fazer as alianças e estas alianças desempenharam um papel fundamental para que a frente única não fosse possível, porque estes países fornecedores da logística tinham e tem ideologias diferentes e cada um tem a sua visão para o mundo, em suma não houve neste intervalo de tempo uma conciliação entre os movimentos de libertação.


• Luta pelo poder: este processo verificou-se no intervalo de tempo que parte de 1975 para 2002, mas como esta luta visava o poder era impossível haver uma conciliação deste modo continuo a bater na mesma tecla, as alianças ou financiadores jogaram um papel fundamental para que esta conciliação não fosse materializada.


• Implementação da democracia: Este processo parte de 1991 até nos dias de hoje, mas de 1992 para 2002, houve uma pausa sobre a implementaçao da democracia, devido a luta pelo poder por meio da guerra.


E desde o período de luta pela libertação até a luta pelo poder através da guerra, em nenhum momento houve uma conciliação entre os irmãos desavindos, pode se provar este facto através de livros como: O pai do nacionalismo Angolano de Álvaro Holden Roberto, Agostinho Neto e a libertação de Angola uma obra composta por cinco volumes, etc. Estes livros e outros provam que houve tentativas mas em nenhum momento foi possível uma conciliação entre os movimentos de libertação que depois passaram para partidos políticos, e mesmo depois desta transformação também não foi possível esta conciliação.


Em função desta fundamentação teórica, sou obrigado a questionar-me porque falamos da Reconciliação Nacional? Sê em nenhum momento da nossa História houve uma Conciliação Nacional, porque falamos de uma Reconciliação Nacional? Como alguém pode se reconciliar com quem nunca esteve conciliado? Pois segundo o dicionário online de português estes conceitos são distintos, pois a reconciliação quer dizer restabelecimento de boas relações entre pessoas que estavam desavindas. E a conciliação quer dizer estabelecimento de relações entre pessoas desavindas. E hoje, nota-se claramente que este caminho que se optou que em vez de Conciliação Nacional, se tem trilhado o caminho da Reconciliação Nacional, que não tem tido efeitos visíveis. Isto não é uma falácia, pois se fosse, então não poderiam existir as pancadarias que se têm verificado e a exclusão, e sê estas acções persistem até nos dias de hoje, é prova que a Reconciliação Nacional é um caminho errado. O que deve existir em Angola, não é a Reconciliação Nacional, mas sim uma Conciliação Nacional, pôs enquanto não se materializar, continuará existir as pancadarias que se verificam.


Então a Conciliação Nacional é a etapa inicial visando criar-se bases para um pacto político entre os partidos políticos. Os países desenvolvidos só chegaram a este ponto pois existiu e existe um pacto político entre os partidos políticos destes países, e deste modo tem existido governos inclusivos. E a Angola para tornar-se um país desenvolvido há uma necessidade de um pacto político entre os partidos políticos, e este pacto em nenhum momento na nossa História foi materializada. E a sua implementação evitara instabilidades futuras, pois este é o maior de todos problemas que fazem de África ser subdesenvolvido, pois um país pode passar 42 anos de paz e neste período de tempo registarem-se alguns avanços mais como um grupo asfixia outros grupos esta atitude cria condições para instabilidades futuras que depois criam condições para a caça as bruxas. Então apresento o pacto político visando primeiro prevenir as instabilidades futuras e permitir o desenvolvimento de Angola, e da África. O que é um pacto político, o pacto político se resume em um acordo, um compromisso entre os partidos políticos visando em momento algum colocar-se em causa a estabilidade do país, mais para este compromisso tornar-se possível deve existir a partilha do pão. O que pretendo transmitir, é que se analisarmos profundamente o motivo das instabilidades que se viveu em Angola e que se vive em África, tem origem sobre a partilha do pão, pois o que se verifica é que quando um tem o pão, este excluí os outros, e os excluídos limitam-se a lhe observar saboreando o pão. E depois esta atitude desencadeia as instabilidades.


Bem na democracia quem vence as eleições com uma maioria que lhe permite formar um governo sem fazer alianças políticas, a regra democrática diz que deve ser este a formar governo.


Hoje fala-se da reinvenção da democracia ou de uma democracia Africana, mas não defendo a reinvenção da democracia, mas a contextualização da democracia tanto em Angola como para África, pois se recuarmos no nosso passado e olharmos para os reinos que existiam no território que hoje chamamos de África. O nível deorganização,os avanços que tinham nas mais diversas áreas e na capacidade que tinham em manter a estabilidade destes reinos que ocupavam grandes territórios, então me interrogo, como, estes mais velhos conseguiram manter estes reinos em estabilidade ao longo de muitos anos? Como actualmente a Africa, com tantos académicos que têm, tornou-se quase impossivel, um país viver pelo menos cinquenta anos de paz efectiva? Estes reinos sê se mantiveram estáveis por muitos anos, foi porque havia a partilha do poder quer dizer, havia a inclusão, e podemos manter estável o nosso continente recorrendo na nossa sabedoria Africana e posso enumerar algumas que podem servir-nos, tais como:

 

"kanafiaketetukayana" que traduzido para português é devemos partilhar e"tua kalamika mia mbua tualekela kumosi, tua sikamena kumosi tudia nsinde dimosi", que traduzido é, devemos viver em unidade.Mas não pode existir a unidade se não houver a partilha ou a inclusão, por isso os nossos sábios Africanos orientam, que devemos partilhar para que a unidade seja um facto concreto. Não quero dizer que em Angola ou em África somente deve existirGovernos de Unidade e Conciliação Nacional, pois quem ganha as eleições deve formar governo, mas a proposta que apresento sobre a implementação de um pacto político entre os partidos políticos inclui também a implementação de Governos Inclusivos (GI) em países Africanos, o que é um Governo Inclusivo (GI), um Governo inclusivo é um governo que representa todos partidos políticos e a sociedade em geral, ou um governo inclusivo engloba todas sensibilidades nacionais e não tacha o cidadão em função do seu posicionamento público ou através das vestes partidárias e promove a cidadania. E desta forma torna-se possível a partilha do pão, pois num governo inclusivo todos tem um pedaço do pão, e a exclusão é uma palavra que não existe novocábulo de um Governo Inclusivo. E este é um trunfo que África deve usar, primeiro para evitar as convulsões sociais que podem desencadear uma instabilidade, e segundo permitir a transição de continente subdesenvolvido para continente desenvolvido.


E estas propostas ao serem aplicadas em África, tirarão o continente na situação em que se encontra onde os golpes de estados se transformaram negativamente numa das melhores formas de alternância do poder e perfilam também as convulsões sociais como formas de alternância do poder.


Em suma os políticos Africanos falam muito da democracia, mas nota-se que na vivência democrática entre os mesmos e entre a sociedade, esta democracia não se faz sentir na sua plenitude. Quer dizer, devemos repensar a nossa forma de fazer a política, temos que ter uma mentalidade democrática, para depois implementarmos o pacto político entre partidos políticos que levara-nos até a um Governo Inclusivo (GI). Será que há por aí politicos que defendem um Governo Inclusivo, será que há por aí servos de Deus e autoridades tradicionais que pensam num governo inclusivo, será que há por aí um cartonista que pode materializar o governo inclusivo num cartoon, será que há por aí um compositor que pode compor uma canção sobre o Governo inclusivo, será que há por aí um cantor que pode cantar sobre o Governo inclusivo, será que há por aí um pintor que pode pintar um quadro sobre o Governo inclusivo, será que há por aí um estudante que pode elaborar uma monografia tendo foco num Governo inclusivo, enfim será que há por aí um Muangole que defende um Governo inclusivo em Angola ou será que há por aí Africanos que pensam e vê o governo inclusivo como a única solução para tantos problemas que assolam a África?