Lisboa - Em meios do regime próximos do círculo presidencial conjectura-se ultimamente que o tenente-general Eugénio César Laborinho, actual Secrétario de Estado do Interior é a figura que o Presidente, José Eduardo dos Santos (JES) prefere para vir a substituir Ângelo Tavares de Veiga Barros como ministro do Interior.

Fonte: Club-k.net

Morte de militante  da UNITA precipita  queda de Ângelo Tavares 

De acordo com as referidas conjecturas, JES terá dado tais indicações  antes de realizar a última viagem a Barcelona ao avaliar a posição  do ministerio do interior sobre o ataque violento que uma delegação de deputados da UNITA sofreu em Kapupa (Cubal – Benguela) nas mãos de militantes do MPLA resultando em um morte e três feridos.

 

Na sua reação interna, JES teria reagido mais ou menos assim, junto dos seus assessores “estão a ver, eu queria nomear o camarada Laborinho, como ministro mas vocês opuseram-se, olhe agora o que este homem está a fazer”.

 

José Eduardo dos Santos referia-se ao relatório do ministério do interior (lido pelo comissário Aristófanes Cardoso dos Santos) sobre o ataque na Kapupa que continha dados aparentemente manipulados onde apresentavam a vítima (UNITA) como culpada.

 

O Presidente da República viu-se forçado em desmarcar-se da posição do ministério do interior tomando uma posição pública em que sugeria o aprofundamento e o melhoramento das investigações quanto ao ataque contra delegação do maior partido da oposição.


“Tudo deve ser feito para evitar que situações como estas não voltem acontecer”, disse o também Presidente da República de Angola, na cerimónia de abertura da IV sessão extraordinária do Comité Central do MPLA, no primeiro dia de Julho.


Numa ação aparentemente destinada a corrigir o seu erro, o ministro do Interior, exonerou o director provincial do Serviço de Investigação Criminal de Benguela, e autor do relatório manipulado superintendente-chefe Armando Vieira que foi recentemente substituído por superintendente Joaquim António José. Armando Vieira o autor do relatório manipulado foi entretanto transferido para a província do Huambo.

 

De realçar que esta não foi a primeira vez que o PR toma decisões em reação a relatórios de teores duvidosos que lhe chegam as mãos. Muito recentemente abordou o general Manuel Vieira Dias sobre a autenticidade do teor de um outro relatório, também da autoria do ministro Ângelo Tavares de Veiga Barros respeitante a operação que causou o desaparecimento de dois activistas Isaias Cassule e Alves Kamulingue, assassinados por agentes da Polícia de Investigação de Angola.

 

Tema relacionado:

O ataque de que fomos alvo foi premeditado, diz relatório da UNITA