Lisboa - Tentava remover alguns problemas para poder opinar sobre a nomeação João Lourenço e Paulo Kassoma, para os cargos de Vice-Presidente e Secretário-Geral do MPLA, quando o primeiro logo me arrepiou as dificuldades, para recordar a verdade àqueles que já se animam com a ideia de que desta vez o “chefe” vai mesmo sair, “que bom!” E sempre, para meu espanto, com tanto tempo de escola do assunto que temos, com a ideia peregrina de muitos (partidos políticos e outras entidades individuais e colectivas, fora e dentro do próprio MPLA) de que a saída do Homem, em si, é que vai resolver o problema de Angola, que é deveras grave.

Fonte: Facebook

João Lourenço é referido no Rede Angola (RE) como se tendo surpreendido, com a sua indicação (eleição) para segundo homem do MPLA. Diz que antes altercou com um jornalista que estava convicto que as coisas acabariam assim, enquanto ele dizia da sua convicção de que tudo não passava de especulação.

 

Mas quando lhe colocaram a questão de se saber se estava ou não preparado para substituir o chefe, aí, mesmo depois de prometer trabalhar muito, lembrando-se, com certeza, do que lhe acontecera nos princípios do século, quando ocupava, pela primeira vez, esta mesma aparente “pole position”, foi escusar-se a comentar.


Este é o problema. A caminho da terceira década do estabelecimento da democracia multipartidária no país, no maior partido que se diz deter o poder como associação de vários indivíduos, a ascensão para cargos tão importantes continua a depender de um só homem; cuja estrutura pessoal de apoio informa primeiro determinados jornalistas, para que os “eleitos” não se convençam que estarão lá por mérito próprio.

Os homens indicados (depois necessariamente “eleitos”) para criar certas ilusões, por mais valiosos que sejam, como João Lourenço e Paulo Kassoma, só podem prometer muito trabalho. Nunca podem ter ambições pessoais, no domínio político. Sempre é muito cedo, mas a verdade é que “nunca mais é sábado”, como se dizia antigamente.