Lisboa - António Guterres mantém a liderança na corrida à liderança das Nações Unidas (ONU). O português conseguiu 11 “votos de encorajamento”, três “votos de desencorajamento” e um “sem opinião”, na terceira das várias votações secretas para apurar o candidato ao cargo de secretário-geral da ONU. O antigo Alto Comissário para os refugiados venceu todos os sufrágios, no entanto o processo de escolha só deve terminar em outubro.

Fonte: Expresso

Esta segunda-feira, o segundo lugar passou a ser ocupado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Eslováquia, Miroslav Lajcak, que obteve nove a favor, cinco contra e um neutro. Em terceiro ficaram búlgara Irina Bokova e Vuk Jeremik, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros da Sérvia, cada um conquistou sete votos a favor, cinco contra e três neutros.


Segue-se a ministra dos Negócios Estrangeiros argentina, Susana Malcorra, com sete votos de “encorajamento”, sete contra e um “sem opinião”. Srgjan Kerim, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros da Macedónia, conquistou seis a favor, sete contra, dois neutros.

 

A ex-primeira ministra neozelandesa Helen Clark obteve seis “encorajamentos”, oito “não encorajamentos” e um “sem opinião”. Danilo Turk, ex-presidente esloveno, que na primeira votação ficou em segundo lugar, voltou a cair: cinco a favor, seis contra, quatro neutros.

 

Já Natalia Gherman, ex-ministra dos Negócios Estrangeiros da Moldávia, teve dois “encorajamentos”, 12 “desencorajamentos” e um neutro. A costa-riquenha Christiana Figueres, ex-chefe do departamento do clima das Nações Unidas, conseguiu dois votos favoráveis, 12 contra e um “sem opinião”.

TRÊS VOTAÇÕES, TRÊS VITÓRIAS


António Guterres ficou em primeiro nas votações de 21 de julho e de cinco de agosto.

Este tipo de votação – “straw poll” – atribui uma de três “notas” aos candidatos: encorajamento, não encorajamento, sem opinião. Guterres obteve na primeira votação 12 votos de “encorajamento” e três sem opinião ou neutros e nenhum negativo.

Na segunda votação, Guterres recebeu 11 votos de “encorajamento”, dois contra e dois “sem opinião” é o resultado da votação de António Guterres esta sexta-feira no Conselho de Segurança da Nações Unidas (ONU).

Ao todo, estão na corrida 12 candidatos, o maior número de sempre, seis homens e seis mulheres. Oito são oriundos da Europa oriental, um grupo regional ainda vigente na organização internacional que nunca teve um secretário-geral, segundo um princípio não escrito mas geralmente aceite.

O processo de votação é secreto, pelo que é impossível saber qual será a indicação. Estas primeiras votações, não sendo formais no puro sentido do termo, têm o objetivo de ir apurando os candidatos, propiciando àqueles que têm maior número de “não encorajamentos” que possam retirar a sua candidatura, se considerarem que não têm qualquer possibilidade de prosseguir na corrida.

Os 15 membros do Conselho de Segurança continuarão a realizar estas votações até atingirem o consenso sobre um único candidato, que será proposto para votação pela Assembleia Geral. Mas sabe-se que os cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França) têm um papel preponderante, devido ao facto de terem direito a veto. Na prática, até agora, foram sempre eles a determinar quem é o secretário-geral.

Segundo o embaixador angolano Ismael Gaspar Martins, que é um dos 10 membros eleitos do Conselho, “só na terceira ou quarta straw poll o processo será mais claro”, de acordo com um despacho da Reuters.