Luanda - Angola é chamada a firmar e consolidar as suas opções Democráticas. A Democracia não pode ser um mero adorno literário de conveniência política. Ela deve ter substância prática de conviver, e colaborar fraternalmente entre todos os cidadãos, sem hegemonias regionais, políticas, étnicas, raciais, religiosas, de classe ou culturais, dos diversos povos de Angola.

Fonte: Club-k.net

A ideologia não pode ser superior a identidade nacional, não pode ser superior a Constituição, como também a militância não pode ser superior a cidadania.


Infelizmente, constata-se, com muita consternação, que o monopartidarismo em Angola acabou formalmente, porém na prática o regime não se reciclou ideologicamente, pois mantem-se nos padrões do Estado Maxista-Leninista. Não mudou o seu ideário e as linhas programáticas, como forma de se imunizar contra os princípios democráticos, numa cumplicidade contraditória entre um País livre do colonialismo externo e a colonização doméstica neopatrimonial, clientelista e doutrinariamente assimiladora.

 

É racional e, politicamente prudente, quanto patriótico, compreender a trajectória dos activos e passivos dos processos eleitorais desde 1992. Os questionamentos que se colocam hoje têm a ver com as constatações da experiência eleitoral directa dos angolanos, para que numa aproximação pedagógica caminhemos para o processo eleitoral sem suspeições.

 

Também é patriótico o acto de se procurar aperfeiçoar o quadro jurídico-político e operativo dos actos eleitorais e o princípio de se procurar consensos que criem confiança e segurança entre os angolanos para se evitar todas as atitudes que possam minar a confiança e a segurança de todos. Merecer confiança e inspirar confiança deve ser o paradigma que deve orientar a vida e os comportamentos políticos sociais dos cidadãos.

 

A actual elite política angolana não deve passar a mensagem de uma geração odienta, incapaz de dialogar, de se reconciliar consigo mesma, porque envergonhar-se - ia diante dos mártires desta Pátria, das gerações mais novas e do futuro do País.

 

É preciso tapar as ravinas das desconfianças, abater os morros dos desentendimentos, aplanar os roteiros da confiança, eliminando todos os buracos existentes no caminho da convivência nacional, numa concepção universalista e modernizante da cidadania angolana.

 

Vamos todos ao registo eleitoral, porém mais atentos e vigilantes do que em 1992, 2008, e 2012. A dignidade humana, a Paz e Liberdade são valores universais porque protegem o homem.

Professor Chipindo Bonga