Ottawa - O antigo embaixador canadiano nas Nações Unidas e presidente do Comité de Sanções dessa organização internacional contra a Unita, Robert Fowler, raptado em Dezembro de 2008 no Niger por um grupo terrorista ligado ao al-Qaida, foi posto em liberdade terça-feira nas imediações do Mali.

Robert Fowler havia sido apontado, no verão passado, enviado especial do secretario geral da ONU, Ban Ki-moon,  para o Niger para ajudar nos esforços de paz entre o governo daquele país africano e as forças rebeldes Tuareg.

Porém, no dia 14 de Dezembro de 2008, o diplomata Fowler, seu assistente canadiano Louis Guay e um motorista local, foram
raptados quando regressavam de Niamey, capital do Niger, após terem visitado algumas minas de ouro que o Canada detém naquela localidade.

A fracção africana da organização terrorista al-Qaida na região islamica do Magreb (AQIM, sigla em inglês),  responsável pelo rapto, pretendia exigir em troca a libertação dos seus correligionarios presos em diversas prisões baseadas em África.

Ao confirmar, nesta quarta-feira, a libertação dos dois diplomatas canadianos, o primeiro-ministro do Canada, Stephen Harper, garantiu que ambos estavam sob os cuidados do Governo Maliano e que todos os esforços estão sendo feitos para que regressem
ao país o quanto antes.

O trabalho desempenhado pelo embaixador Robert Fowler, enquanto presidente do Comité de Sanções contra a Unita, ajudou a bloquear a venda de diamantes deste partido que era usado para a aquisição de armas o que contribuiu consideravelmente para o enfraquecimento da ala militar desta organização política.

Robert Fowler considerava a situação humanitaria em Angola, no período da guerra, mais grave do que a que se observava nos Balcãs e por isso acreditava que as sanções iriam aumentar os custos da guerra e diminuir os ingressos financeiros para e da Unita.

Depois de terminar a sua missão nas Nações Unidas, Robert Fowler trabalhou como embaixador do seu pais na Itália ao mesmo  tempo que exercia as funções de conselheiro especial para os assuntos africanas do então primeiro-ministro Canadiano Jean Chreatien e mais tarde de Paul Martin.

Desde que o partido Liberal perdeu as eleições federais no Canada em 2006, o mesmo passou a dedicar-se mais a sua carreira docente na universidade de Ottawa e na advocacia para as questões atinentes ao continente africano. Daí ter sido apontado como representante especial do secretario geral da ONU para o Niger.

Fonte: Angop